O grande desafio que se impunha
A frase “você fala que eu sou o que está em você” cada vez faz mais sentido para mim.
As pessoas jogam em cima dos outros, ele é burro, ela é louca, ela é bruxa... como se fossem melhores que todo mundo e como se pudessem colar rótulos nos outros. Esquecem ou não se dão conta que dizem do outro o que é deles, que está neles. Então, eu diria: “cuide do que lhe pertence e semeie mais amor e menos confusão, quem sabe volta um pouco para você também...”
Como se palavras maldosas falassem a essência da vida. Como se o poder de alguns fosse tão grande que determinasse quem é melhor ou pior. Como dono da verdade, permanece até que perceba que a verdade não lhe pertence.
Que padrões utiliza sua visão fragmentada, distorcida? “Se não ama os outros, então vai se amar e deixe as pessoas viverem sem o seu lado negativo”, diria a velha e serena senhora que idealizei.
O grande desafio que se impunha é respeitar a ignorância do outro a nosso respeito. É fácil de administrar ver o outro se atrapalhando, afinal, não diz respeito a mim, somente a ele. No entanto, quando a ignorância dele chega a me denegrir, não é tão simples assim...
Sim, descolei de mim os dissabores, as falsidades, as rejeições, os olhares equivocados, mas vê-los falar de mim pela incoerência deles é estranho, difícil, cruel até. Era como se tivesse duas vidas, uma que eu vivi que não tinha nada haver com o que estava sendo falado, e outra fatia de vida que não conhecia, mas que colocavam em mim. Utilizavam palavras que distorciam tudo que foi vivido.
Nesse momento, senti que temos muito que evoluir, eu e o outro. Eu que ainda me deixo abater pelas maldades dele e o outro que se equivoca tanto. Ou o contrário, quem sabe?
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