O destino se refez
Pararia de respirar se pudesse reter o tempo, as lembranças, as acolhidas...
Pararia de respirar se pudesse ampliar as horas, mudar a história, abraçar meus momentos difíceis...
Reter a magia de estar inteira seguindo, seja ao teu lado, seja retendo o amor, reter a vida que pulsa em mim nesses momentos que se fizeram únicos...
Pararia de respirar se pudesse enxergar com as ilusões que via, se pudesse não ver coisas que hoje não consigo fechar os olhos para não ver.
Pararia de respirar se pudesse reter a ingenuidade com que olhei para certas pessoas, para alguns acontecimentos, para a vida que seguia...
Mas não consegui te encontrar, me encontrar e muito menos deter o tempo, as lembranças e tudo que me arrastava para o novo, para além mar - conhecido, ensaiado, imaginado... e seguir para um novo e desconhecido estar...
Sim, todos nós mudamos tanto que não conseguimos conservar inteiras as nossas melhores recordações, nossos mais ternos momentos. Mesmo tendo-os guardados num lugar seguro e secreto dentro de nós para poder condensá-los. Vez ou outra, foge-nos partes – fragmentamos o vivido. No entanto, num flash de memória, o sentimento, a imagem que representa a nossa emoção vem nos visitar, e acorda aquela lembrança...
Naquele dia, quando o cansaço se refez, veio a emoção... muita emoção de estar ali novamente e poder viver aquele encontro com as memórias...
Me inundei de bons sentimentos e prossegui. Vi três estranhos a se abraçarem com o corpo, alma e coração num verdadeiro encontro... ficava claro que eles transcenderam a sua história, apesar de tudo que viveram, e isso fazia, agora, mais sentido do que retê-la!
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