Meus filhos são os que se nutrem de mim
Meus filhos não são só os que nascem de mim, mas também os que passam por mim, que acolhem e são acolhidos pelo meu amor, minhas ideias, minha sensibilidade... Protegem o muito ou pouco que faz parte do meu e do seu ser. Resguardam uma frestinha de tudo que sei ou do que ainda não decifrei. Me ajudam a achar respostas para as minhas e para as suas interrogações. Me marcam e se deixam afetar por algo que vivo permanece em mim. Aceitam as novas construções, os novos caminhos que construímos juntos e os limites que precisamos demarcar.
Meus filhos são os que se nutrem de mim, que se permitem entrar no meu barco, velejar comigo por curto ou longo tempo... Constroem pequenas ou grandes coisas ao meu lado, ou simplesmente não constroem nada, descansam no meu colo e me deixam descansar também.
Meus filhos são os que passam por mim, por nós, no nosso dia a dia, quando olhamos e cuidamos de alguém de maneira diferenciada, quando percebemos que alguém precisa do nosso olhar, da nossa aprovação. Entendemos aí sua mensagem que chega ao nosso íntimo e os nutrimos amorosamente...
Quando esse alcance é atingido ou simplesmente quando tentamos fazer nosso melhor, independentemente do resultado, a função materna é alimentada.
Também quando alguém aceita nosso amor, nosso cuidado. Se fortalece do que temos ou não para dar-lhe, nos aceita como somos, se nutre como filho também.
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