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Operação Hórus da Polícia Civil teve diligências em Marau

Baixar Áudio por Taliane Radaelli

Este conteúdo esta disponível, também, no áudio da matéria

Foto: Divulgação/ Polícia Civil

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou na manhã desta quinta-feira, 15/12, a Operação Hórus, ação que desmantelou uma organização criminosa que vendia e falsificava agrotóxicos proibidos no Brasil. Foram executadas mais de 160 ordens judiciais, dentre elas, destacam-se 11 mandados de prisão preventiva (chefias da organização), 55 mandados de busca e apreensão em residências e empresas (em 15 cidades do RS, 1 do Paraná e 5 na Bahia), 22 mandados de busca e apreensão de veículos (usados ou adquiridos pela organização criminosa), 37 mandados de sequestro de bens e rendas e suspensão dos CNPJs das empresas “laranjas”.

Dentre as cidades que foram alvos da operação, estão Marau e Passo Fundo. 

De acordo com o delegado da Polícia Civil de Marau, Norberto Rodrigues, no município  foi realizado um mandado de busca e apreensão. Foram localizados 800 kg de materiais ligados à produção dos agrotóxicos. A empresa envolvida não teve o nome nem o ramo divulgados. ( A entrevista completa com o delegado Norberto Rodrigues está disponível no áudio da matéria)

De acordo com informações divulgadas pela Rádio Uirapuru, em Passo Fundo, uma mulher foi detida em um condomínio na Vila Lucas Araújo. Ela está sendo investigada por ter ligações com a organização criminosa. Policiais apreenderam documentos e um carro de luxo no local.

A investigação

A operação policial é resultado de uma investigação que vem sendo realizada pelo DPI e pela Draco São Luiz Gonzaga/RS. O trabalho iniciou há cerca de um ano, a partir de uma demanda da coordenação central da operação Hórus (Ministério da Justiça, em Brasília), juntamente com a Secretaria de Segurança Pública do RS e Chefia da Polícia Civil, já que estudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicavam que, desde meados do ano de 2021, o RS tornou-se a porta de entrada de agrotóxicos ilegais fabricados na China e na Índia, que ingressam no território brasileiro pelos países vizinhos da Argentina e Uruguai.

Tal situação, que representa enorme risco à saúde pública, ao meio ambiente e à economia local e nacional, resultou num trabalho conjunto coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública que, por intermédio da Operação Hórus e Operação Controle Brasil, mapeou alguns grupos envolvidos e os pontos de ingresso dos agrotóxicos, resultando num trabalho investigativo amplo, que congregou todas as bases Hórus da Polícia Civil (São Luiz Gonzaga, Santiago, Bagé, Passo Fundo e Três Passos).

A organização criminosa tinha como sede principal a cidade de São Luiz Gonzaga/RS e se dividia em 6 células, que eram compostas por 34 pessoas físicas e 3 pessoas jurídicas (empresas). Dois grupos menores, um deles sediado na zona rural de Roque Gonzales/RS e outro em Humaitá/RS, eram os responsáveis pelo fornecimento dos agrotóxicos proibidos e insumos usados na falsificação.

As demais 4 células se dividiam na falsificação dos produtos e embalagens, na venda dos agrotóxicos proibidos e na lavagem da renda do crime por meio de “laranjas”, tendo como sede principal a cidade de São Luiz Gonzaga/RS.

No decorrer das investigações, que contaram também com a participação efetiva dos demais órgãos de segurança pública e fiscalização envolvidos na operação Hórus de grande parte do Brasil, apurou-se que a organização criminosa era chefiada por um grupo de produtores rurais e empresários, alguns deles do ramo de insumos agrícolas, sendo que alguns deles movimentaram, em poucos meses – de janeiro a agosto de 2022 – mais de 25 milhões de reais em contas bancárias de “laranjas” (empresas, parentes e amantes).

A organização criminosa enviou diversas cargas de agrotóxicos ilegais para diversos produtores rurais do Brasil, em especial RS e Bahia, sendo que lá as cargas se concentraram nas regiões de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, região que tem se destacado nacionalmente na produção de grãos, especialmente a soja.

A Draco São Luiz Gonzaga monitorou as movimentações financeiras dos investigados, constatando que grande parte do dinheiro auferido com a venda criminosa dos agrotóxicos ilegais passou pelas mãos de diversos “laranjas”, incluindo familiares, “amantes” e empresas. Das atividades empresariais usadas para a lavagem da renda do crime, destacaram-se uma conhecida loja de roupas de grife, uma empresa do ramo de insumos agrícolas e uma pequena empresa de fabricação de “cucas” (pães doces), todas localizadas em São Luiz Gonzaga/RS.

Mais informações poderão ser obtidas com o Delegado Heleno dos Santos, da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas de São Luiz Gonzaga (Draco).

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