Você está ouvindo
Tua Rádio
Ao Vivo
09:00:00
Temática
12:00:00
 
 

Operação Queijo Compen$ado 3 tem novas prisões

por João Lima

Mandados ocorrem em Tenente Portela, Constantina e Sarandi

Queijos vencidos e com coliformes fecais foram encontrados
Foto: Francieli Alonso/RBS TV

O Ministério Público (MP) realiza nesta quinta-feira (2) a Operação Queijo Compensado 3 em sete cidades gaúchas e investiga a distribuição de produto estragado e contaminado com coliformes fecais, além de falsificação de rótulos. A ação ocorre nas cidades de Constantina, Sarandi, Tenente Portela, Antônio Prado, Porto Alegre, Canoas e Carlos Barbosa. Nestes locais ficam três fábricas, sedes de distribuidoras e depósitos clandestinos. Foram cumpridos hoje cinco mandados de prisão e 17 de busca e apreensão. Até o momento, quatro pessoas foram presas.

Conforme as investigações, os empresários recolocavam no mercado queijos estragados, mofados e com data de validade vencida, contendo, inclusive, coliformes fecais e contaminados por bactérias da espécie staphylococcus(responsáveis pela formação de coágulos no sangue e infecções). A ingestão desses alimentos podem causar também náuseas, vômito, dor de cabeça e diarreia, apontou laudos do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), vinculado ao Ministério da Agricultura.

Segundo o promotor de Justiça da Especializada de Defesa do Consumidor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o queijo impróprio para consumo era limpo por funcionários dessas empresas, rotulado com nova data de vencimento e revendido para todo o Estado e para São Paulo. Quando a limpeza não era suficiente para dar ao alimento aspecto comercializável, o produto estragado era desmanchado e misturado ao queijo em produção. Também era adicionado amido de milho no queijo para mascarar a colocação leite abaixo do exigido pelas normas da indústria.

— Nada se perdia. Os produtos estragados, que voltavam para os laticínios, eram maquiados e reaproveitados. Os fabricantes colocavam rótulos de empresas do Paraná e de Santa Catarina, que, provavelmente, nem sabem do esquema, e revendiam. Uma gráfica imprimia esses rótulos — contou o promotor, garantindo que será investigada a participação dessa gráfica e das empresas dos outros Estados.

— Vamos ouvir muitas pessoas nos próximos dias para esclarecer melhor o esquema — acrescentou.

Cinco pessoas foram presas preventivamente e 13 veículos utilizados para o transporte foram apreendidos nas cidades de Constantina e Sarandi, no Norte, Antônio Prado e Carlos Barbosa, na Serra, Tenente Portela, no Noroeste, Canoas, na Região Metropolitana, e Porto Alegre. Além disso, 17 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, alguns deles em uma distribuidora com sede na Capital.

Os nomes dos presos ainda não foram divulgados pelas autoridades. Com as prisões e apreensões, o MP pretende inviabilizar que as empresas continuem operando.

— Esses são apenas os líderes do esquema. Tem mais gente envolvida. Vamos estudar o que será feito a partir de agora com essas empresas — disse Bastos, ressaltando que o grupo trocava e vendia entre si os queijos estragados.

— Produto que custa cerca de R$ 15 era vendido, entre eles, por R$ 1 ou R$ 2 — salientou.

Taurino Laticínios, de Tenente Portela e Latteria Alimentos, de Antônio Prado, estão envolvidas na operação. Conforme apurou as investigações, a Laticínios Luza e a Reinaldo Perera ME, que fabrica o queijo da marca Val Paradiso, possuem somente o selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), ou seja, apenas podem comercializar seus produtos dentro dos seus municípios. No entanto, estas empresas vendiam clandestinamente em diversos municípios, principalmente na Região Metropolitana de Porto Alegre, Vale do Sinos e Litoral Norte. A Laticínios Luza, por exemplo, distribuía mensalmente somente para a Região Metropolitana de Porto Alegre cerca de 100 toneladas de queijo por meio de um depósito clandestino em Canoas, na Rua Argentina, onde uma pessoa foi presa em flagrante.

Também participaram da ação agentes da Receita Estadual, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e da Brigada Militar.

 

De: Zero Hora

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio Alvorada

Enviar Correção

Comentários

Newsletter Tua Rádio

Receba gratuitamente o melhor conteúdo da Tua Rádio no seu e-mail e mantenha-se sempre atualizado.

Leia Mais