Efeitos da pandemia comprometem a saúde emocional
Baixar ÁudioReconhecer sintomas é fundamental para evitar ou amenizar comportamentos traumáticos
Um ano passou desde que a OMS elevou o estado da contaminação pelo novo coronavírus à pandemia. Ao longo dos últimos 12 meses, a população mundial teve que conviver em um contexto marcado por mortes, hospitais lotados, desemprego e isolamento.
Naturalmente, as consequências práticas de uma realidade pautada pela doença que, só no Brasil, já chegou a acumular mais de três mil óbitos em um só dia e tirou a vida de mais de trezentos mil e seiscentos brasileiros, também os danos emocionais restam a serem curados.
Em conversa com a reportagem da Tua Rádio Alvorada, a psicóloga Lucimara Falcão classificou o momento como crítico. “O que temos é uma crise de humanidade”, ela diz. “O efeito da pandemia gera um sofrimento muito grande. E há excessos que nos deixam, mais ainda, à margem desse vírus. A falta de solidariedade foi o que fez crescer o número de casos. Temos dificuldade de nos colocar no lugar do outro. Tivemos grandes aglomerações, quando o apelo era para que as pessoas evitassem isso”, explica Lucimara.
Também o negacionismo, como se refere Lucimara, tem efeito nocivo: “Não reconhecer a realidade, também é uma mostra de que muitos não reconhecem o sofrimento do outro”
Reconhecer o sofrimento como algo que faz parte da vida é importante para a elaboração de conflitos. O aparecimento de sintomas, no entanto, requer atenção, diz Lucimara: “a forma de tratar as angústias não é igual para todos. Procurar ajuda e poder falar é fundamental para o acompanhamento de comportamentos traumáticos”.
A íntegra da entrevista, você acompanha no player de áudio.
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