A doação de órgãos é uma ação que tem ganhado espaço nos últimos tempos, visto que muitas pessoas se conscientizam sobre sua importância. Para falar sobre como é realizada e sobre a situação das doações na nossa região, a Tua Rádio Alvorada conversou com o neurologista e coordenador da Organização de Procura de Órgãos do Hospital São Vicente de Paulo, Cassiano Crusius.

Atualmente no Brasil a doação de órgãos só pode ser feita se a família autorizar, o que não acontece em cerca de 40% a 50% dos casos. Segundo o Dr. Cassiano, as principais causas disso são o fato de a família muitas vezes desconhecer a real vontade do falecido em doar ou não, e o não diagnóstico de morte encefálica, ou morte cerebral, que é necessário para que seja realizada a doação. 

Ainda segundo o médico, quanto às doações e transplantes no HSVP, a fila de transplantes, assim como o número de doações,  não apresentou grande aumento nos últimos tempos, e sim manteve-se estável. O maior número de espera nas filas é o número de transplantes de coração e pulmão, devido ao fato de ser difícil encontrar compatibilidade entre os doadores e receptores desses órgãos. 

Como é o processo de doação de órgãos?

A doação de órgãos só pode ser feita após a constatação da morte cerebral do indivíduo. O indivíduo pode deixar sua vontade declarada através de algum documento, fazendo uma carteira de doador de órgãos e agora identificando ser doador na carteira de identidade. Ainda assim, é necessária a autorização da família.

Esta é realizada por uma equipe especializada, para que não haja margem de erro. Após o diagnóstico, é realizada a entrevista com os familiares, para contextualizar sobre todo o processo. Se a família permitir a doação, serão feitos os exames de coleta de sangue e outros para identificar a compatibilidade com os receptores que estão na espera. Se receptor e doador forem compatíveis, é realizado o procedimento de retirada dos órgãos e transplante para o receptor.