Esquizofrenia: doença crônica que merece atenção
A doença atinge cerca de 1,4 para cada 100 pessoas
Foto: Reprodução/ Internet
A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da idade adulta. Sua freqüência na população em geral é da ordem de 1,4 para cada 100 pessoas, havendo cerca de 40 casos novos para cada 100.000 habitantes por ano.
De acordo com a psicóloga, Talice Ghion, a doença atinge em igual proporção homens e mulheres. “Em geral inicia-se mais cedo no homem, por volta dos 15-25 anos de idade, e na mulher, por volta dos 25-35 anos”, comenta.
Segundo a psicóloga, não há nada comprovado que leve ao desencadeamento da doença, mas estudos mostram que muitas vezes a carga genética influencia no desenvolvimento da esquizofrenia.
A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento psíquico. Os principais sintomas são:
- Delírios: ideias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta.
- Alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes.
- Alterações do pensamento: as ideias podem se tornar confusas, desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender.
- Alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade de reagir emocionalmente às circunstâncias, ficando indiferente e sem expressão afetiva, por vezes se isolando do convívio social.
- Diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia.
Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da motricidade, desconfiança excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia.
Segundo Talice, o tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração do paciente. O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial.
“O tratamento medicamentoso é feito com remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos. Eles são utilizados na fase aguda da doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos períodos entre as crises, para prevenir novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação ininterruptamente para não ter novas crises”, explica a psicóloga. Já as abordagens psicossociais são necessárias para promover a reintegração do paciente à família e à sociedade. “Os pacientes necessitam em geral de psicoterapia, terapia ocupacional, e outros procedimentos que visem ajudá-lo a lidar com mais facilidade com as dificuldades do dia a dia”, complementa.
Tratamento adequado e medicação diminuem os sintomas, e deve ser realizado durante a vida toda, evitando assim novas crises.
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