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Parceria busca ampliar a captação de órgãos na região

por Ana Lúcia Jacomini

HSVP e Central de Transplantes do RS capacitam profissionais que atuam na busca ativa de doadores em hospitais

Foto: Divulgação/HSVP

O Hospital São Vicente de Paulo, a Organização de Procura de Órgãos (OPO 4) e a Central Estadual de Transplantes (CET) promoveram um curso de formação para os profissionais que atuam na comunicação de óbitos ou que desejam participar dos grupos de Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) nos municípios de Passo Fundo, Carazinho, Três Passos, Cruz Alta, Ijuí, Santo Ângelo e Frederico Westphalen.

A capacitação atraiu médicos, enfermeiros, psicólogos e também assistentes sociais que integram as equipes de Unidade de Tratamento Intensivo (UTIs) das instituições de saúde da região. O objetivo das palestras e das dinâmicas práticas foi promover a comunicação sensível e reorganizar as equipes que atuam na busca ativa de doadores de órgãos dentro dos ambientes hospitalares. Hoje, no Rio Grande do Sul, são mais de 2.500 pessoas aguardando por um órgão, sendo que 1.300 esperam por um rim e 1.000 por uma córnea. 

O médico regulador da Central de Transplantes do, Dr. Rafael Rosa, disse que o encontro busca fortalecer a retomada das CIHDOTTs que, durante a pandemia, foram impactadas pela queda de doações e o aumento na fila de espera por órgãos. “A gente tem, hoje, uma taxa de efetivação de 30% a cada dez notificações de morte cerebral. Isso significa que apenas três pessoas se tornam doadores. Precisamos mudar isso, melhorando a comunicação com as famílias, que passam por um momento de tragédia. Elas precisam entender a importância do processo para que se manifestem favoráveis a doação”. 

O coordenador do serviço no HSVP, Dr. Cassiano Ughini Crusius, explicou que o curso orienta os profissionais que estão diretamente envolvidos no processo de doação de órgãos e tecidos para Transplante. “Simulamos alguns cenários que serão vivenciados na rotina das equipes, como por exemplo as entrevistas com os familiares, e depois discutimos quais condutas deveriam ser tomadas nas diferentes situações. Isso é muito importante porque o aumento no número de doações de órgãos depende do sucesso dessas entrevistas”. 

O médico regulador, Ricardo Rühling, concorda que o aperfeiçoamento das equipes ajuda a melhorar o contato dos profissionais com os familiares dos pacientes. “A família está em luto, então os profissionais precisam de um conhecimento técnico nas abordagens. A bagagem teórica e o treinamento fazem com que todos se sintam mais confiantes e consigam reverter a nossa estatística de negativas que ocorrem, muitas vezes, por desconhecimento das famílias”. 

Os participantes também receberam informações técnicas sobre o funcionamento e atribuições da CIHDOTT nos hospitais, dos protocolos para o diagnóstico de morte encefálica e da manutenção do possível doador de órgãos. Conforme dados divulgados pela OPO 4, o Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo realizou 38 transplantes (fígado, córnea, rins e ósseos) em 2022.

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