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HCR divulga taxas de violência contra a mulher na unidade

por João Pedro Varal Tartari

Vítimas têm idade média de 29 anos e foram agredidas por pessoas próximas

Foto: Kelly Regina Filippi/HCR Marau

Assim como ocorre historicamente em várias instituições de saúde pelo mundo, o Hospital Cristo Redentor (HCR) também é porta de entrada de casos de violência contra a mulher. Nesta terça-feira, 02/08, a entidade divulgou os números de atendimentos de casos que envolveram essas agressões.

Segundo dados apurados pela Coordenadora do Serviço de Controle de Infecção e Núcleo de Segurança do Paciente, Lidiane Pagnussat, somente no mês de julho de 2022 foram atendidos quatro casos de lesão corporal em mulheres, no Pronto Atendimento do HCR. Os atendimentos ocorreram em pacientes com idade média de 29 anos e com relato de agressão por parte de pessoas próximas das vítimas.

Ainda, conforme dados disponíveis no site da Secretaria da Segurança Pública, Departamento de Planejamento e Integração, Observatório Estadual de Segurança Pública do RS, no período de janeiro a junho de 2022 ocorreram 8.743 casos de lesão corporal, 1.045 casos de estupro, 55 casos de feminicídio, 114 tentativas de feminicídio e 15.217 ameaças de violência contra as mulheres. O site também traz dados de Marau, sendo que, no mesmo período, foram registradas 76 ameaças, 26 casos de lesão corporal e três casos de estupro.

Avaliação psicológica

Os números, no entanto, não representam a totalidade de casos existentes de violência contra a mulher. Isso acontece porque o assunto ainda é velado e muitas ocorrências nem são notificadas ao sistema de saúde.

Segundo a psicóloga Mayara Larice de Oliveira, casos que chegam ao hospital para atendimento com motivos inconclusivos, podem ter procedência em casos velados de violência contra mulher. “Cabe ressaltar que a violência não estará necessariamente explícita no corpo da mulher. Embora as consequências físicas sejam mais facilmente identificadas, são as psicológicas que deixam marcas difíceis de suprimir. Algumas vezes, casos que chegam ao hospital para atendimento, como tentativas de suicídio, automutilações, transtornos depressivos e ansiosos, tem como fator adjacente a vivência da violência por parte dessas pacientes”, explicou.

A profissional que atua na Unidade de Saúde Mental do HCR ainda afirma que “durante a avaliação de casos de violência contra a mulher, é imprescindível levar em consideração o caráter multifacetado desta violência em questão, comumente velada e silenciosa”. 

“O impacto da violência sobre a saúde física e psicológica pode persistir mesmo após a interrupção da violência, alimentado por sentimentos como os de culpa, vergonha e medo”, complementa Mayara. E finaliza dizendo que, “nesse contexto, percebe-se a importância do atendimento psicológico para acolher, escutar e orientar, auxiliando tais pacientes a identificar, superar as implicações da violência vivida e resgatar sua autonomia e identidade”.

Agosto Lilás

Quem passar pelo HCR durante o mês de agosto, perceberá uma iluminação diferenciada nas paredes externas frontais. Isso porque a instituição projeta nas recepções 2 e 3, a cor lilás que simboliza a luta pelo fim da violência contra mulher. Engajado na Campanha Agosto Lilás, o hospital é um dos edifícios públicos de Marau que abriga a nova cor.

A proposta da nova iluminação foi convite do Centro de Atendimento à Mulher e da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do município. Esta é apenas uma de uma série de ações que ocorrem durante todo o mês de agosto.

Vários encontros com colaboradores do HCR estão programados pelo Setor de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO), para que o assunto em questão seja ampliado. Já confirmada está a vinda de profissionais do Centro de Atendimento à Mulher e Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS).

A ideia é conseguir trabalhar o tema para que a instituição esteja preparada para receber possíveis casos de violência, identificando e gerindo cada um deles da forma mais adequada. 

 

Fonte: Kelly Regina Filippi / Comunicação Social HCR

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