Rio Grande do Sul registra ocupação de UTIs acima de 100%
A maior sobrecarga de leitos foi verificada nos hospitais privados
Foto: Reprodução/SES
A rede hospitalar do Rio Grande do Sul registrou, nesta terça-feira, 02/03, lotação acima de 100% nas UTIs - unidades de terapia intensiva, considerando as públicas e privadas. Foi a primeira vez que isso aconteceu, desde o início da pandemia, em março do ano passado. Por volta das 14h, o índice chegou a 100,1%, acima dos 96,9% registrados na segunda-feira, 01/03. De acordo com dados apresentados pelo comitê de gestão de crise, por volta das 14h, eram 2.812 pacientes internados para 2.808 leitos existentes. Isso significa quatro pacientes a mais do que o suportado pela estrutura. A maioria deles, mais de 60%, são pacientes com diagnóstico de Covid-19. Além dos casos suspeitos, há também os pacientes que enfrentam outros problemas de saúde e precisam de atendimento especializado.
Nesta terça-feira, a maior sobrecarga de leitos foi verificada nos hospitais privados. Ainda na semana passada, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou o acionamento da fase quatro do Plano de Contingência do Coronavírus, que autorizou o uso de toda e qualquer estrutura hospitalar para o atendimento de pacientes contamidados com coronavírus. A decisão,segundo a titular da pasta, Arita Bergmann, sinaliza o momento mais crítico da pandemia em território gaúcho. Desde o sábado, 27/02, o Rio Grande do Sul tem todas as suas regiões covid em bandeira preta, de nível epidemiológico alto com risco altíssimo de contaminação. O Estado, na busca de reduzir o contágio, também cumpre, pelo menos até este domingo, 07/03, o fechamento de atividades não essenciais e sugere a redução da circulação entre 20h e 5h.
E no dia em que o Rio Grande do Sul registrou o índice mais alto de internações em UTIs desde o início da pandemia, o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, anunciou a expansão programada da estrutura do seu necrotério. Segundo nota da insituição de saúde, a medida sinaliza o avanço de mais uma etapa do Plano de Gestão de Crise, criado pelo comitê interno de enfrentamento da Covid-19. Conforme explica a direção do hospital, mesmo que não venha a ser utilizada, trata-se de uma "medida preventiva que se faz necessária dentro dos padrões de qualidade assistencial e médica da instituição". A nota explica que será instalado, provisoriamente, um contêiner refrigerado anexo ao hospital e ele será utilizado somente em caso de real necessidade, "considerando a possibilidade de atrasos na retirada dos óbitos, o que realidade essa percebida em outras cidades do Brasil e do mundo".
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