Câncer representa 26% das mortes em Marau
Sete municípios do Corede Produção têm a doença como principal causa de mortalidade da população
O câncer passou a ser, nos últimos anos, uma das principais causas de morte na população brasileira. Atualmente, 8,2 milhões de pessoas morrem de câncer por ano no mundo. No Brasil, foram registradas 201.968 mortes pela doença em 2014 (DataSUS). Enquanto que em todo o país as mortes por câncer representam 16,46% do total e 21,64% no território gaúcho, na região do Corede Produção (Norte do RS), em um terço (33,3%) dos municípios elas estão em primeiro lugar. O levantamento, realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo em 2016, com dados do DataSUS, mostrou que, de 21 municípios do Corede, sete têm a doença como principal causa de mortalidade da população: Vila Maria, Santo Antônio do Palma, Pontão, Mato Castelhano, Gentil, Coxilha e Almirante Tamandaré do Sul.
Em Marau, a principal causa de morte são as doenças cardiovasculares, mas em segundo lugar, o câncer, com 46 mortes - 26,1% total de 176 ao longo de 2014. Em Vila Maria, o câncer já representa a principal causa de morte, com quase 30% dos registros. E a tendência é que sua importância aumente ainda mais.
Pensando em reverter esse quadro, é comemorado, no próximo sábado, dia 4, o Dia Mundial do Câncer. Criada pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC), a data tem o objetivo de reforçar a importância da adoção de hábitos saudáveis, atitudes de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, fundamentais para o controle da doença. A campanha 2016-2018 pretende mostrar como todos – em grupo ou individualmente – podem fazer a sua parte para evitar o câncer. O tema escolhido foi: “Nós podemos. Eu posso”. Para o oncologista clínico do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado, a data é de extrema importância, tendo em vista que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 30% dos cânceres são preveníveis. No Brasil, cerca de 200 mil casos por ano poderiam ser evitados.
Prevenção
Se medidas efetivas não forem tomadas, haverá 26 milhões de novos casos e 17 milhões de mortes por ano no mundo em 2030. Para que esse número pare de crescer são necessárias algumas ações. Conforme Machado, os fatores são inúmeros, muitos deles modificáveis. “Alimentação, sedentarismo, tabaco, obesidade e álcool são os principais. Medidas educativas e políticas públicas de estímulo ou restritivas são fundamentais”, explica. Até mesmo a poluição ambiental e os agrotóxicos devem ser levados em consideração. “Hábitos saudáveis são importantes não apenas na prevenção do câncer, mas como de outras doenças crônico-degenerativas”, alerta Machado.
Diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce, na grande maioria dos cânceres, é sinônimo de chance de cura. Conforme o oncologista, câncer de mama, câncer do colo uterino e câncer de intestino grosso (cólon e reto) são os grandes exemplos. “No Brasil, pela falta de uma política pública de rastreamento, dificuldades de acesso aos meios diagnósticos e médicos, a maior parte dos cânceres são diagnosticados em fase mais avançada, reduzindo a expectativa de cura”. Entre a população brasileira, o câncer de mama é o principal entre as mulheres, seguido pelo câncer do cólon e reto, colo do útero e pulmão. Entre os homens, o principal é o câncer de próstata, seguido pelo da cabeça e pescoço, pulmão e colorretal. “No Rio Grande do Sul muda um pouco a ordem de importância e incidência. Entre mulheres câncer de mama, intestino grosso, pulmão e ovário. Entre os homens câncer de próstata, pulmão, intestino grosso e esôfago”. Os principais fatores de risco são o tabagismo, sedentarismo, álcool, obesidade e alimentação. Fatores familiares e hereditários são responsáveis por apenas 5% a 10% dos casos. “Hábitos saudáveis são fundamentais e nunca é tarde para mudar. Sempre teremos benefícios”, finaliza.
Em anexo, confira os números referentes ao Corede Produção
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