Finados: celebração da esperança e o chamado à santidade
Para o cristão, a vida não é tirada, mas transformada
Foto: Divulgação
Neste domingo o programa Razões da Fé, faz uma reflexão sobre a morte, mas dando um sentido a partir da liturgia da esperança, onde somos chamados para a santidade. O programa vai ao ar às 22h na RedeSul de rádio, São Francisco de Caxias do Sul, Fátima de Vacaria, Cacique de Lagoa Vermelha, Alvorada de Marau, Veranense de Veranópolis, Garibaldi de Garibaldi, Maristela de Torres, Sarandi de Sarandi, Cristal de Soledade, Rosário de Serafina Corrêa, Aurora de Guaporé, Cultura de Campos Novos. Transmitem também esse programa a rádio Miriam de Farroupilha e Webradio Migrantes.
Foram convidados, o frei Luiz Carlos Susin – doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e professor da PUC no Rio Grande do Sul e Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana. Ana Paula Reis da Costa – psicóloga e especialista em luto, trauma e emergência, Mestre em Teologia e coordenadora do Instituto Luspe.
Reflexão
A liturgia do dia dos Finados poderia ser chamada também a liturgia da esperança. Pois, como “o último inimigo é a morte” (1 Cor 15,26), a vitória sobre a morte é o critério da esperança do cristão. A morte é considerada, espontaneamente, como um ponto final: “tudo acabou”. A resposta cristã é: “A vida não é tirada, mas transformada”. Esta resposta baseia-se na fé na Ressurreição de Jesus Cristo. Se ele ressuscitou, também para nós a morte não é o ponto final. Somos unidos com ele na vida e na morte (Jo 11,25-26; evangelho). Ele é a Ressurreição e a Vida: unir-se a ele significa não morrer, não parar de existir diante de Deus, embora o corpo morra e se decomponha.
Portanto, a certeza de estarmos nas mãos de Deus – pela fé em Cristo que nos torna verdadeiramente “justos”- não tira nada do caráter crítico da morte corporal: ela fica um véu, atrás do qual nosso olhar não penetra. Inclusive, para o cristão, ele é mais séria do que para quem vive sem se preocupar de nada, porque ela significa desde já a morte do homem natural.
Não podemos viver com a perspectiva de sermos assumidos pelo Espírito de Deus, para ressuscitar com um corpo não carnal, mas espiritual (1 Cor 15,44ss), se não nos acostumarmos ao Espírito desde já. O corpo espiritual de que Paulo fala é a presença “ao modo de Deus”. Este é o nosso destino. Mas, se não nos tornarmos aptos para este modo agora, como seremos aptos para sempre?
Assim, a morte, para o cristão, é a pedra de toque de sua vida. Dá seriedade à sua vida. Valoriza, na vida, o que ultrapassa os limites da matéria, que é só para esta vida ( 1Cor 15,19). Abre-nos para o que é realmente criativo e supera o dado natural da gente. Um antegosto daquilo que é vida pneumática, a gente o tem quando se supera a si mesmo, negando seus próprios interesses em prol do outro.
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