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Romaria da Terra volta a ser realizada na região da Arquidiocese de Passo Fundo

por Ana Lúcia Jacomini

Evento acontecerá na Fazenda Anoni, símbolo de resistência do movimento e da luta pela terra

Evento acontece sempre nas terças-feiras de Carnaval
Foto: Reprodução/CPT

Falta pouco mais de um mês para a realização de mais uma Romaria da Terra. O evento religioso chega a sua 40ª edição e retorna para a Arquidiocese de Passo Fundo. Agendada para o dia 28 de fevereiro, a romaria será realizada no município de Pontão, especialmente na Fazenda Annoni, que já acolheu os romeiros e romeiras da terra em 1986.

A 40ª Romaria da Terra do Rio Grande do Sul, será norteada pelo tema “Romaria da Terra: 40 anos de luta e memória das conquistas” e pelo lema “Terra de Deus, terra de irmãos”. A programação será composta por diferentes momentos de debates, integração e espiritualidade, pautando sempre questões ligadas à terra, valorizando de forma especial os pequenos produtores, e reforçando a importância da Reforma Agrária.

A Romaria da Terra no Estado do Rio Grande do Sul acontece sempre na terça-feira de Carnaval, por ocasião do aniversário da morte de Sepé Tiaraju. O encontro passa por todo o Rio Grande do Sul, pautando sempre questões ligadas a terra, valorizando de forma especial os pequenos produtores, a agroecologia, o cuidado com a água e com o meio ambiente e a agricultura familiar.

A Arquidiocese de Passo Fundo também sediou as romarias de 1982, na Encruzilhada Natalino; de 2000, em Casca e de 2015, em David Canabarro. A organização é da CPT - Comissão Pastoral da Terra, paróquias anfitriãs e de uma comissão da arquidiocese e dos movimentos sociais.

A FAZENDA ANONI

A Fazenda Annoni foi a primeira a ser ocupada por famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Símbolo de resistência do movimento e da luta pela terra, a ocupação da Fazenda Annoni ocorreu em 29 de outubro de 1985 por mais de sete mil trabalhadores rurais sem-terra, e foi a primeira realizada por famílias organizadas no MST, que já vinham se estruturando desde o acampamento Encruzilhada Natalino, também na região Norte do Estado. Oito anos depois, em 1993, a área de 9.300 hectares foi destinada para fins de reforma agrária. A partir disto, o MST se consolidou como movimento popular e suas práticas se disseminaram por todo o território nacional.

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