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Romaria da Terra reflete os cuidados com a "casa comum"

por Ana Lúcia Jacomini

Evento desse ano acontece em São Gabriel, que tambéms sediou a primeira Romaria da Terra, em 1978

Foto: Divulgação

São Gabriel, município da Diocese de Bagé, sedia a 39ª Romaria da Terra, nesta terça-feira de Carnaval, 09/02. O tema do evento desse ano é “Cuidar da Terra, Casa Comum”, celebrando os 260 anos do martírio do índio Sepé Tiaraju e de seus mil e quinhentos companheiros em sua luta pela terra e pela vida. A Romaria da Terra propõe uma reflexão sobre o cuidado com a terra diante da realidade de violência, de exploração e de esgotamento.

Uma comitiva de Marau participa da Romaria da Terra. Alguns deles estão em São Gabriel desde o domingo, 06/02, para o Acampamento da Juventude - ação que antecede a Romaria da Terra. Matehus Fernandes da Silva falou para a Rádio Alvorada, na manhã desta terça-feira,  e lembrou que a Romaria da Terra tem como objetivo estimular as pessoas a assumirem novas práticas de vida. Citou, por exemplo, a preservação do meio ambiente e a defesa da vida, dizer não ao uso de agrotóxicos, estimular a produção de alimentos saudáveis, ressaltar a importância da agricultura familiar e camponesa, adotar um consumo consciente e responsável, reciclar, cuidar das fontes e nascentes.

A 39º Romaria da Terra é organizada pela Comissão Pastoral da Terra do Rio Grande do Sul (CPT-RS) e tem o apoio da CNBB Regional Sul III, Diocese de Bagé, e Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Equipe Sul. A celebração da Romaria deste ano é realizada por Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho, Rondônia, e presidente nacional do Cimi. Dom Rodolfo Luís Webber, arcebispo de Passo Fundo, também participa do evento religioso. No ano passado, a Arquidiocese de Passo Fundo sediou a Romaria da Terra, que foi realizada em David Canabarro.

O material confeccionado para a Romaria da Terra cita a encíclica “Laudato Si” (Louvado Sejas), do Papa Francisco. O documento aponta que é fundamental “uma conversão ecológica global, mudanças profundas nos estilos de vida, nos modelos de produção e de consumo, nas estruturas consolidadas de poder”. Este cuidado, se traduz em gestos concretos na defesa dos direitos doss camponeses, povos indígenas, quilombolas e diversos outros povos. Seja isso na produção de uma alimentação saudável e orgânica, na ecológica, na participação cidadã e política, no cooperativismo, no consumo consciente e nas relações que proporcionem o bem viver entre as pessoas e o ambiente, construindo, assim, uma “Terra sem Males”. 

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