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“O que aconteceu com a Dilma foi golpe. Mas se condenado, eleições com Lula, também é golpe”

por Mauro Matesco

Juiz Marcel Andreata de Miranda fala sobre as perspectivas do chamado “julgamento do século”

Foto: Deise Pagotto / Tua Rádio

A semana é marcada pelo chamado “Julgamento do Século”. O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva retorna ao banco dos réus nesta quarta-feira, 24/01. O petista, um dos líderes políticos de maior expressão do país, foi condenado na primeira instância pelo juiz Sérgio Moro a nove  anos e seis meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na sentença, o juiz atesta que o ex-presidente teria recebido um apartamento triplex, em Guarujá, no litoral de São Paulo, como propina da OAS. O suposto suborno teria ocorrido em troca de favores e vantagens direcionadas à empreiteira. O caso será analisado por três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal TRF-4, em Porto Alegre, em sessão que tem início previsto para às 8h30.

Em entrevista à Tua Rádio Alvorada, Marcel Andreata de Miranda, juiz responsável pela segunda vara judicial de Marau, falou sobre as etapas da votação. O magistrado se manifestou também a respeito de como analisa a decisão de Moro e destacou as possibilidades do que pode ocorrer durante a votação e, posteriormente, mediante absolvição ou condenação de Lula.

“A defesa de Lula trabalha com três hipóteses que seriam favoráveis ao ex-presidente. A primeira seria a absolvição, obviamente; um segundo cenário seria uma condenação por dois votos a um, o que abre a possibilidade para a defesa por um novo recurso - os embargos infringentes; e a terceira vantagem para Lula seria um pedido de vista que atrasaria o julgamento, tudo por conta da época em que se dará o registro de candidaturas, considerada a intenção do ex-presidente concorrer nas eleições de 2018”, atesta o juiz marauense.

Para o magistrado, a sentença mantém argumentos que podem, sim confirgurar que o apartamento tenha sido repassado ao ex-presidenet.  Ouça no player de áudio. "Não me pareceu uma decisaço absurda ou leviana do Juiz Moro",  afirma Marcel Andreata de Miranda.

O PT, de acordo com o que confirmou em entrevista à Tua Rádio, a presidente do partido em Marau, Kênia Censi, deve lançar a pré-candidatura de Lula já no dia subsequente ao julgamente, independente do resultado, ainda que a condenação ocorra por unanimidade. O partido sustenta que “Eleições sem Lula é uma fraude”.

Para o juiz marauense, o julgamento do ex-presidente pode ser um marco no que tange à respeitabilidade da democracia. “Não tenho vergonha de dizer que o que aconteceu com a presidente Dilma foi um golpe. Penso que a constitui cão não foi respeitada. Mas penso, porém, que caso o Lula seja condenado, qualquer artimanha para que ele seja candidato será, também, um golpe. Sou defensor irrestrito da democracia. Em caso de condenação do ex-presidente, “eleição com Lula, seria um golpe”

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