"Começamos a semana otimistas, mas agora tudo fica abalado", afirma Prefeito Iura
Ele está em Brasília desde a segunda-feira, para a Marcha dos Prefeitos em Defesa dos Municípios
Foto: Arquivo Pessoal
Uma mistura de expectativa com frustração. É assim que o prefeito de Marau, Iura Kurtz, avalia o clima em Brasília nesta quinta-feira, 18/05. Ele está na capital federal desde a segunda-feira, 15/05, para cumprir agenda com deputados e em ministérios e, também para participar da Marcha dos Prefeitos em Defesa dos Municípios. A apreensão do gestor marauense, e dos demais que participam do evento, é se tudo aquilo que foi projetado para avançar nos municípios, com apoio do governo federal, irá de fato acontecer.
“O clima é de tensão, pois vivemos um momento de dificuldade e com essas informações que se sucederam, com um escândalo atrás do outro, a economia não anda e isso nos atinge diretamente lá na ponta, nos municípios”, comenta Kurtz, que concedeu entrevista para a Tua Rádio. O áudio, na íntegra, está disponível no player de áudio, abaixo da foto.
Cerca de cinco mil prefeitos estão em Brasília e assistem as repercussões da notícia do suposto envolvimento do presidente Michel Temer, em um esquema de pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro, para que estes ficassem em silêncio. A denúncia foi feita pelo dono do grupo JBS, Joesley Batista, em delação realizada no âmbito do processo da Lava Jato. O empresário também delatou o senador Aécio Neves. O presidente do PSDB teria pedido R$ 2 milhões à Batista, valor que seria usado em sua defesa. O dinheiro teria sido entregue a um primo de Aécio. A Polícia Federal rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que o montante teria sido depositado numa empresa do senador Zezé Perrella (PMDB/MG).
Kurtz revela que entre os prefeitos existem diversos comentários sobre os fatos. Alguns apoiando um pedido de renúncia e outros defendendo o processo de impeachment de Temer - o senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) chegou a protocolar, na presidência da Câmara dos Deputados, um pedido de impedimento. Neste sentido, a Confederação Nacional dos Municípios – CNM, está orientando os gestores a manterem a cautela e a união.
“De concreto, ainda não temos nada. A direção da CNM tem dito aos prefeitos para que fiquem calmos, mas cobrando os seus representantes para que aquelas medidas que foram anunciadas, independente desta situação, possam ser cumpridas”. Ele cita como exemplo o parcelamento das dívidas da Previdência e a reforma do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – especialmente para que parte desta arrecadação fique nos municípios. "É momento de voltar pra casa, reunir a equipe de trabalho e repensar algumas ações que nós tínhamos programado", afirma o prefeito.
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