Após desocupação polêmica, governo do estado questiona repercussão por práticas políticas e ideológicas
A reintegração de posse do prédio localizado entre as Ruas General Câmara e Andrade Neves, no centro de Porto Alegre, foi motivo de polêmica e, agora, de questionamentos por parte do governo do estado. As famílias foram retiradas do local na noite de quarta-feira (14/06) sob confrontos com a Brigada Militar. A Assembleia Legislativa irá buscar responsáveis pelo impasse, especialmente porque o deputado Jeferson Fernandes (PT) foi agredido e algemado na ocasião. O presidente, Edegar Pretto, afirmou que as cenas da desocupação ‘beiram à tortura’. (Acompanhe em áudio)
Após a polêmica, o governo disparou uma nota - na noite desta quinta-feira (16/06), em que afirma ter buscado o diálogo com os integrantes da ocupação por dois anos, mas sem sucesso . Em partes do texto de esclarecimento assinado pelo secretário da Casa Civil, Fabio Branco, fica claro que, para o governo, a repercussão foi resultado de uma prática política e ideológica.
Confira a nota:
O chefe da Casa Civil, Fábio Branco, esclarece sobre o episódio de desocupação do prédio do governo do Estado, no Centro de Porto Alegre.
1 - Foi feito intenso esforço pelo diálogo, durante dois anos, e nenhum acordo foi aceito.
2 - A pratica de ocupações e invasões ilegais e a depredação de bens públicos são inaceitáveis.
3 - O governo ofereceu alternativas de habitação que foram recusadas, revelando exclusivo interesse ideológico e político.
4 - A decisão foi judicial, cumprida com correção pela Brigada Militar e acompanhada por autoridades do Judiciário, inclusive pelo oficial de justiça Iuri da Fontoura Vieiram, que a tudo acompanhou.
5 - Lastimamos os acontecimentos gerados por quem tem o dever de cumprir e respeitar a lei, de não obstruir o cumprimento de decisões judiciais, e que, a pretexto de defender causas sociais, age para angariar dividendos políticos e midiáticos.
6 - Não vivemos mais tempos de ditadura. Ao contrário, vivemos tempos em que a justiça precisa valer para todos, indistintamente. Não cabe mais a um deputado incitar o descumprimento da lei. Os deputados têm na Assembleia Legislativa, e nas ações que lá desenvolvem, o palco para suas defesas e manifestações. Não é papel deles incitar e reagir à ordem judicial com violência.
Casa Civil do Estado do Rio Grande do Sul
Por Noele Scur/Correspondência–Porto Alegre
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