Reginete Bispo toma posse na Câmara Federal
Marauense leva o compromisso com a população negra para o Congresso
A deputada federal Reginete Bispo (PT) tomou posse na Câmara dos Deputados nesta sexta-feira, 03/02. Socióloga negra, ela ingressa com foco na luta contra a fome, o racismo e o machismo, em especial pelo espaço das mulheres negras. "Em nome dos meus ancestrais, dos meus pais, dos meus filhos, da população negra, em especial as mulheres negras, assumo esse compromisso. Na esperança de um Brasil igualitário, diverso e com oportunidades para todos, com olhar especial aos jovens e crianças periféricos", declarou no momento em que foi empossada.
“Nosso mandato vem com compromisso enorme com a Articulação Nacional de Mulheres Negras, com a Coalizão Negra por Direitos, com o Movimento Negro Unificado e com várias organizações de mulheres e do movimento negro que apostaram e acreditaram que era importante ter negro na institucionalidade”, afirmou Reginete.
A socióloga ficou com a primeira suplência. Ela ingressa na vaga do Partido dos Trabalhadores pela ida do deputado Paulo Pimenta para a Secretaria de Comunicação Social (Secom) – na qual assumiu como ministro do Governo Lula.
Biografia
Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ativista dos Direitos Humanos no enfrentamento ao machismo e racismo e ativista do movimento de mulheres negras, Reginete nasceu na zona rural de Marau em janeiro de 1963. Ela se mudou para Passo Fundo, onde iniciou na militância social junto à Pastoral da Juventude e na luta pela Reforma Agrária, com a vida marcada pela luta pela terra.
Em 1986, filiou-se ao PT, participando das executivas municipais de Passo Fundo e de Porto Alegre e da Secretaria Estadual de Combate ao Racismo do PT-RS.
Reginete integra o Movimento Negro Unificado (MNU) desde 1990. Ainda em 1988 colocou seu nome à disposição da luta antirracista e concorreu como vereadora pelo PT de Passo Fundo. Em 1994 e em 2014 disputou uma vaga a deputada estadual, ficando na suplência da chapa Paulo Paim (PT) ao Senado em 2018.
Ela participou da equipe de transição do primeiro Governo Lula, em 2003, com a pauta Igualdade Racial e Segurança Pública. No Governo do Estado de Olívio Dutra, foi diretora do Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos e, no de Tarso Genro, atuou como assessora do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
A socióloga Representou o Brasil na 3ª Conferência Internacional de Solidariedade da África do Sul, em 2012. Três anos depois, a convite do Parlamento do Senegal, esteve no país africano para conhecer a realidade política e socioeconômica local e construir alternativas aos imigrantes senegaleses residentes no Brasil. Foi consulesa honorária do Senegal no Rio Grande do Sul reforçando sua relação internacional e diplomática com os países de língua portuguesa, além de atuar na criação de políticas de proteção, acolhimento e adaptação para imigrantes e refugiados.
É sócia-fundadora do Instituto Akanni - Pesquisa e Assessoria em Direitos Humanos, Gênero, Raça e Etnia. Vem trabalhando ao longo de anos pelo reconhecimento e regularização dos territórios tradicionais: de matriz africana, quilombolas e indígenas da Região Sul.
Já no Legislativo Gaúcho assessorou as Comissões de Cidadania e Direitos Humanos (2005 a 2011) e de Segurança e Serviços Públicos (2015 a 2016). Em 2020, propõe uma inovação para Porto Alegre e participa do pleito para a Câmara de Vereadores, com uma candidatura coletiva de cinco mulheres negras. Concorre em 2022 a deputada federal e assume uma vaga na 57ª Legislatura, em fevereiro de 2023.
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