"Chuva preta" pode atingir o estado neste domingo
Evento meteorológico acompanha a passagem de uma frente fria pelo Rio Grande do Sul
Foto: Divulgação
A MetSul Meteorologia alerta que uma chuva preta pode atingir o norte do Rio Grande do Sul neste domingo, 01/09. O evento é consequência da grande quantidade de fuligem suspensa na atmosfera, em uma corrente de fumaça vinda da Bolívia e da região amazônica que avança até o Sul do Brasil. A fuligem provoca a coloração escura na água da chuva.
A chuva vem em uma frente fria associada a um ciclone extratropical no Rio da Prata, entre a Argentina e o Uruguai. O evento já trouxe precipitações para o sábado, 31/08, nas áreas do Oeste, do Sul e do Centro do estado. E provoca pancadas no domingo, 01/09, em pontos do Centro para o Norte do estado.
De onde vem a fumaça?
A grande quantidade de fumaça é resultado do número alto de queimadas que vem se registrando nos últimos dias na Bolívia e na Amazônia brasileira. Na sexta-feira, 30/08, a Amazônia registrou um dos piores dias de fogo de sua história recente. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, os satélites identificaram 3.224 focos de calor em 24 horas. Trata-se do pior dia de queimadas na Amazônia neste ano, superando o maior número anual de até então de 2.433 focos de calor no bioma, que ocorreu na quarta-feira, 28/08.
O que é a chuva preta?
A chuva preta é um fenômeno que ocorre quando a fuligem e outras partículas contaminantes presentes na atmosfera se misturam com a umidade e precipitam sob a forma de chuva. Ela não necessariamente se precipita com cor preta e é indicativo de altos níveis de poluição.
A fuligem é um material particulado constituído principalmente de carbono, que se forma como resultado da combustão incompleta de materiais orgânicos, como combustíveis fósseis (carvão, petróleo) e biomassa (madeira, resíduos agrícolas). Quando esses materiais não queimam completamente eles produzem partículas finas de carbono negro e outros compostos. Essas partículas são extremamente pequenas, o que lhes permite permanecer suspensas no ar por longos períodos e viajar grandes distâncias. Percorrendo por exemplo 2,936.62 km, distância em linha reta entre os municípios de Marau-RS e Manaus, capital do Amazonas.
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