Com o nascer do último dia do ano, cada hora faz com que a chegada de 2022 fique cada vez mais próxima. E o tão aguardado momento da virada pode virar pesadelo para idosos, pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), pacientes hospitalizados e animais (domésticos ou não). Isso por causa dos astros da noite: os fogos de artifício.

A médica veterinária da Clínica e Pet Shop Bichos & Caprichos Daiane Orsato relata que fala de cães e gatos porque é da área da veterinária. Ela explica que a audição dos animais é mais potente do que a do ser humano, “então, se para nós, às vezes, o barulho incomoda, você imagina para um cachorro ou para um gato que tem a audição muito mais aguçada do que a nossa”.

Segundo Daiane, inúmeros efeitos podem acometer os animais “desde assustar o animal e ele ficar em um canto tremendo apavorado, até animais fugirem e virem a óbito, animais convulsionarem”. Ela também explica que não há predisposição maior de uma raça sofrer com o barulho dos fogos de artifício.

Reduzindo danos

Para a médica veterinária o ideal, sempre, é ir acostumando o animal com um barulho um pouco mais alto todo o dia. Isso pode ser feito colocando um som mais alto na televisão ou em uma caixa de som para que o animal ouça o ruído até se familiarizar com ele.

Quanto ao momento da virada, Daiane elenca três pontos principais para reduzir o sofrimento dos bichinhos com os estampidos: enriquecer o ambiente onde o animal está, ficar por perto dele na hora da queima de fogos e tapar janelas ou buracos por onde o animal possa sair. 

Dentro do primeiro tópico, o foco é em criar um ambiente mais tranquilo. Isso pode ser feito dede o momento de preparação para a noite, levando o animal para passear ao longo do dia para que ele esteja mais cansado e relaxado na hora da virada. Já na queima de fogos, Daiane explica que uma forma de ajudar é “colocar um som ambiente para amenizar, um lugar na casa onde tenha uma acústica melhor, para evitar o barulho de fora, brincar com o animal, dar petisco”. “Na internet, se a pessoa for procurar, tem sons ambientes para cães e gatos nessa época”, explica.

A primeira dica ainda se mescla com a segunda. Além de procurar deixar o pet dentro de casa, com a companhia dos donos, a médica veterinária ressalta que é necessário evitar o pavor quando estiver junto dele. “Eu sei que, às vezes, a gente se apavora junto, e aí eles percebem quando os donos estão calmos ou não.”

Segundo Daiane, “existem alguns fitoterápicos que a gente pode colocar na casa uns dias antes e no dia para ajudar a deixar o animal ambientalizado, mais tranquilo”. Ela ainda comenta sobre a possibilidade de se usar medicações para acalmar o bichinho no momento dos fogos. “Isso compete para cada animal, não é todo mundo que pode usar também.”

Além disso, ela pontua que existem diferenças no trato com cães ou com gatos. Ela explica que, com os cachorros, “a gente tem uma dica que é passar um lençol ou algum cobertor ao redor do corpinho, para prender”. “O gato já não é feito isso, porque o gato não gosta de nada que prenda, então o gato vai se sentir mais apavorado ainda”, complementa.

As dicas também são válidas para temporais.

Em caso de outras dúvidas, pode-se realizar o contato com a Veterinária Bichos & Caprichos através do telefone (54) 3342-4692 ou do celular (54) 99961-5097.

Para ouvir a entrevista com Daiane Orsato, clique em 'ouvir notícia'. O botão com acesso para o áudio está localizado acima da foto.