OAB volta a suspender registro de advogado acusado de desviar dinheiro de clientes
Maurício Dal Agnol havia retomado a autorização para advogar por meio de decisão liminar
Foto: Reprodução/GZH
O advogado Maurício Dal Agnol teve o registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) novamente suspenso. Ele havia retomado a autorização para advogar por meio de decisão liminar no Conselho Federal da OAB. A ordem gaúcha não dá detalhes em razão do sigilo do processo administrativo, mas GZH apurou que o presidente da entidade, Leonardo Lamachia, foi pessoalmente a Brasília para apresentar um recurso pela nova suspensão.
Dal Agnol foi condenado por desviar dinheiro de clientes. Em 14 de outubro, a OAB-RS divulgou nota informando que em 11 de março, “por despacho da sua presidência, referendado de forma unânime pelo seu Conselho Pleno, já havia aplicado nova suspensão cautelar ao advogado, mantendo-o, assim, impedido de exercer a profissão desde o dia 10 de julho de 2015, quando foi suspenso pela Ordem gaúcha pela primeira vez”.
Fontes consultadas pelo GZH, que pediram para não ser identificadas, dizem que Dal Agnol não assina petições, mas segue atuando em processos. Nestes casos, advogados que trabalham com ele é que representam oficialmente os clientes.
Relembre o caso
A Operação Carmelina, da Polícia Federal, foi deflagrada em 21 de fevereiro de 2014 com o objetivo de desarticular um suposto esquema de desvio de dinheiro de clientes de um escritório de advocacia de Passo Fundo. O alvo principal foi o advogado Maurício Dal Agnol. Conforme as investigações da PF e posterior denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), a empresa comandada por ele ficava com parte do dinheiro de clientes em processos judiciais que discutiram ações da extinta Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Os números ainda são incertos, mas a estimativa é de 30 mil clientes lesados, com desvio de milhões de reais. Dal Agnol chegou a ser preso na época da operação, mas foi solto meses depois.
Dal Agnol foi condenado em algumas ações individuais de vítimas. Entre as penas está o ressarcimento das vítimas. Cerca de R$ 15 milhões foram pagos, a partir do leilão de bens do advogado. Ele também foi condenado em processos por não pagamento de impostos e direitos trabalhistas. O processo criminal principal contra o advogado, no entanto, ainda não teve sentença. GZH entrou em contato com um dos advogados de Maurício Dal Agnol, mas não teve retorno até esta publicação.
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