Bolsonaro vira réu por incitação ao estupro e assunto volta à tona
Professora da UPF explica como se pode compreender a "Cultura do Estupro"
Após o estupro coletivo de uma adolescente no Rio de Janeiro, a cultura do estupro voltou a ser pauta esta semana, com a decisão do Supremo Tribunal Federal que, nesta terça-feira, 21/06, abriu duas ações penais contra o deputado Jair Bolsonaro, que se torna réu na Corte pela suposta prática de apologia ao crime e por injúria. Em 2014, Bolsonaro disse, na Câmara e em entrevista a jornal, que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) "não merecia ser estuprada por ser muito feia". O tema toma conta da opinião pública, principalmente nas redes sociais. Mas, afinal o que entendemos por cultura do estupro?
Em entrevista à Rádio Alvorada, a Professora da Universidade de Passo Fundo – UPF, Patricia Ketzer, falou sobre a importância de abordar o assunto e como o debate pode ganhar espaço sem que se crie novos tabus ou se torne uma discussão inócua. Ouça a entrevista no player de áudio. Para a professora, a cultura, no sentido antropológico, é um conjunto de experiências humanas adquiridas através do contato social e acumuladas pelos povos ao longo do tempo. “Uma segunda natureza”, destaca Patrícia, que é Doutora em Filosofia. A professora diz que é sob esse ângulo, que cultiva-se os atos que banalizam, legitimam e justificam a violência contra a mulher. Principalmente porque socialmente associa-se a mulher às suas condutas morais e sexuais, coisa que não se faz com relação aos homens . Ocorre que, de acordo com a professora, o abuso, muitas vezes, é “romantizado”, considerando que o consentimento é a palavra chave para configurar o estupro.
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