Professora do curso de Jornalismo fala sobre a criação de Fake News
Baixar ÁudioAgentes políticos têm maior representação na produção de conteúdo desinformativo
Foto: Agência Factuando
A Tua Rádio Alvorada conversou com a professora do curso de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo (UPF), dra. Maria Joana Chiodelli Chaise, que explicou os motivos que levam à produção e divulgação das famosas fake news.
A doutora em Letras e Linguística explica que a desinformação ocorre tanto no conteúdo mais banal, quanto na informação política. Ela comenta que esse comportamento é histórico, “um lado apresenta mentiras sobre seu oponente desde sempre, a política é cheia desses ataques, destas mentiras e da fabricação de boatos”
A existência das redes sociais, contudo, proporciona um alcance questionável a este tipo de produção. Sites de desinformação que se passam por sites de notícias e a falta do diálogo são, de acordo com a doutora em Linguística, fatores que fortalecem as bolhas sociais e as transformam em polarizações.
Segundo ela, as pessoas já não dialogam sobre alguns aspectos “ pois vai chegar nestas questões polarizadas e que prejudicam o debate público, questões que envolvem a todos nós, que vão nos impactar no nosso dia a dia”
PL das Fake News
A professora comenta a questão do universo político citando o Projeto da Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, (PL) 2630/2020, conhecido como PL das Fake News, ela fala que o projeto no texto atual confere imunidade parlamentar para políticos e“ a gente tem um universo de pesquisas e análise de conteúdo publicados por eles que dão conta que os políticos são os que mais publicam em redes sociais informações distorcidas”.
Maria Joana comenta que a problemática desta imunidade é que “eles são representativos de uma parcela do público e com essa publicação de informações distorcidas eles fortalecem aquela parcela de público que segue eles, portanto fortalecem a bolha e fortalecem a polarização e prejudicam o ambiente de diálogo, do dissenso, que é importante e a desinformação está nos tirando essa oportunidade ”.
Conclui a professora que um dos caminhos a ser seguido é a educação midiática, ou seja, ações voltadas para ensinar a população e navegarem pelas redes, com pensamento crítico e aptas a consumir, analisar e produzir conteúdo verídico; e comenta esperar “que o jornalismo profissional abra essas portas para esses diálogos, e transforme as redes sociais em um espaço mais ativo, produtivo, interessante e seguro”
Ouça a entrevista na íntegra clicando no player de áudio desta máteria.
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