A primeira testemunha convocada a prestar esclarecimentos na CPI da Funai e Incra foi indicada durante a reunião desta terça-feira, 17/11. A antropóloga Flávia de Melo, ex-coordenadora de Identificação e Delimitação da Funai e responsável pela demarcação do Mato Preto, no norte gaúcho, deve ser ouvida pelo colegiado em data ainda a ser definida.

O pedido da oitiva partiu do presidente da CPI, deputado federal Alceu Moreira (PMDB/RS), que lembrou que a antropóloga tem participação no laudo do Morro dos Cavalos, em Santa Catariana, também com irregularidade detectada pela Procuradoria da República e pelo Tribunal de Contas. Ele ainda convidou a participar da CPI, em caráter colaborativo, Aldomar Rükert, Henrique Kujawa e Nestor Hein, professores e advogado responsáveis pelo contra laudo utilizado pela Justiça para comprovar as fraudes no trabalho da antropóloga.

Atualmente o Mato Preto está cancelado judicialmente devido à comprovação de fraudes, o que inclui o uso de chá Santo Daime pela antropóloga que, sob efeito alucinógeno, alega ter visão sobre a áreas, e o uso informações mentirosas como no caso da alegação da morte de um cacique que apenas havia mudado de reserva.

Ela também é responsável por outro laudo revertido pela Justiça, em Santa Cataria, onde foi constatado que havia um acerto prévio com ONGs coordenadas pela antropóloga a fim de invadir áreas - por índios Paraguaios e Argentinos - sem histórico na região para reivindicá-las já com vistas nas indenizações.

A próxima reunião da CPI será na quinta-feira, 19/11, às 9h.