Funai publica portaria aceitando demarcação de terras em Mato Castelhano
Documento, publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira, indica que o estudo antropológico foi acolhido pelo órgão
A Funai publicou, nesta quarta-feira, 11/05, portaria acatando o pedido feito por famílias indígenas e decretando terras do município de Mato Castelhano – na Metade Norte do Rio Grande do Sul, como possível local de demarcação. Trata-se das primeiras etapas do processo demarcatório. No Diário Oficial da União consta a decisão da Funai em “reconhecer os estudos antropológicos de identificação e delimitação da Terra Indígena Mato Castelhano - Fág Ty Ka, como de ocupação do Povo Kaingang.
Conforme o relatório, assinado por Marianna Assunção Holanda, antropóloga que coordenou o Grupo de Trabalho, os estudos de natureza etno-histórica, antropológica, documental, ambiental, fundiária e cartográfica, realizados para identificar as áreas de ocupação tradicional Kaingang resultaram na superfície aproximada de pouco mais de três mil e quinhentos hectares e no perímetro aproximado de 37 quilômetros.
De acordo com o advogado Alexander Picolo da Rosa, do município de Mato Castelhano, a portaria significa o primeiro passo de uma demarcação e que isso já era esperado pela comunidade, considerando que a Funai sempre aceita os pedidos de demarcação. Agora os produtores rurais atingidos pela lei têm três meses para fazer sua defesa administrativa perante o órgão federal. Segundo ele, da decisão, cabe recurso.
O coordenador institucional da Frente Parlamentar da Agropecuária na Câmara dos Deputados, Jerônimo Goergen (PP-RS), protocolou o Projeto de Decreto Legislativo 388/2016, que susta o ato administrativo editado pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Segundo ele, a autorização para uma futura homologação do território indígena em Mato Castelhano é casuística e ilegal. O deputado lembra que os processos de desapropriação atingem famílias de agricultores familiares.
Comentários