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Nova rodada de leilões dos bens de Dal Agnol não registra lances e acordo pode liberar mais valores a vítimas

por Jefferson De Ramos

Também ontem houve uma nova audiência para acordo que poderia dar prosseguimento ao pagamento de algumas das vítimas do ex-advogado

Foto: Diogo Zanatta

Encerrou nesta quinta-feira, 07/07, mais uma rodada de leilões dos bens imóveis que pertenceram ao ex-advogado sarandiense, Maurício Dal Agnol. Nesta edição, realizada por Joyce Leiloeira, foram colocados imóveis que, pela avaliação, somam R$ 29 milhões de reais. No entanto, nesta etapa, os lances permitiam apenas valores integrais de avaliação. Desta forma, não houve interessados.

Todos os lotes foram recolocados em leilão com validade até o dia 21 de julho. Nesta nova etapa os imóveis aceitam lances de 50% da avaliação, o que deve aumentar as chances de venda. Os lances podem ser pagos à vista ou com 25% de entrada e o restante em 30 parcelas.

Também ontem houve uma nova audiência para acordo que poderia dar prosseguimento ao pagamento de algumas das vítimas do ex-advogado.  Esta audiência durou toda a tarde, mas não chegou a um acordo formal. Conforme a advogada Ana Carolina Reschke que representa a Associação das Vítimas de Maurício Dal Agnol, não houve o acordo devido a alguns detalhes com a Justiça Federal.

Dal Agnol, porém, concorda com a liberação dos valores se a Justiça Federal aceitar o procedimento. Agora o próximo passo está nas mãos deste órgão.  Este acordo pode levar valores a cerca de 50 pessoas que fazem parte de uma ação movida pela Defensoria Pública.

Na semana passada o Juiz Luís Clóvis Machado da Rocha Jr, titular da 4ª Vara Cível de Passo Fundo, liberou R$ 3,6 milhões de Reais para o pagamento a 27 vítimas do ex-advogado Maurício Dal Agnol.  Os valores foram direcionados para outro grupo, sendo as partes que figuram em 27 ações que deram origem a Operação Carmelina, a qual revelou um grande esquema lesando milhares de pessoas no Estado e em Passo Fundo.

Entenda o caso

A Operação Carmelina, da PF, foi deflagrada em 21 de fevereiro de 2014 com o objetivo de desarticular um esquema de suposto desvio de dinheiro de clientes de um escritório de advocacia de Passo Fundo. O alvo principal era o advogado Maurício Dal Agnol. Conforme as investigações da PF e posterior denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), a banca ,comandada por ele ficava com parte do dinheiro de clientes em processos judiciais que discutiram ações da extinta Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Inicialmente, se falou em 30 mil clientes lesados em milhões de reais. Tanto o valor da dívida quanto o total de vítimas são incertos. Dal Agnol chegou a ser preso na época da operação, mas foi solto meses depois.

O advogado começou captando clientes que teriam dinheiro a receber de ações da CRT Estado afora, protocolando ele próprio petições em varas judiciais. Percorria o Estado inteiro. Por vezes, entrava em cartórios suado, carregando grandes pilhas de processos. Anos mais tarde, ficou rico e montou um império. Segundo a PF, ele era proprietário de quase mil imóveis, alguns deles fora do Brasil, como um em Nova York, nos Estados Unidos, avaliado em 2014 em R$ 14 milhões. Cerca de R$ 2,8 bilhões circularam entre 2011 e 2015 nas contas bancárias do advogado, segundo a PF.

O processo criminal principal contra ele ainda não foi sentenciado. Ou seja, ainda é preciso uma decisão de 1º grau e aguardar julgamento de eventuais recursos em 2º grau e nos tribunais superiores para o trânsito em julgado. Numa decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado perdeu o direito de exercer a profissão. No entanto, mantém seu escritório de advocacia com outros profissionais atuando.

Fonte: Mateus Miotto/Rádio Uirapuru

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