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“Meu filho tem pai e mãe mas foi tratado como um indigente”

por Camila Agostini

Mãe de uma das vítimas do incêndio em clínica de Arroio dos Ratos procurou a emissora

Foto: Camila Agostini / rdalvorada

Usuário de drogas desde os 16 anos, Otávio Silva Napp, de 23 anos, foi uma das vítimas do incêndio ocorrido na clínica de reabilitação Centro Novos Horizontes, em Arroio dos Ratos, que matou sete pessoas na madrugada do dia 21/07.  A mãe do rapaz, Vera Lisiane Almeida da Silva, é moradora de Marau. Colaboradora da empresa BRF, Vera saiu de Carazinho há quatro anos em busca de emprego. Há oito anos, sempre apoiada pelo ex-marido, lutava pela recuperação do filho viciado em crack. Conduziu a internação do jovem em diferentes momentos. Depois de desistir do tratamento em clínicas de Erechim, Passo Fundo, Porto Alegre e Concórdia, Otávio procurou ajuda de um vereador de Carazinho para um nova tentativa de recuperação. Inicialmente, a família sabia que o jovem seria internado no município de Encantado. Para a surpresa de Vera, porém, o tratamento foi iniciado no centro de reabilitação de Arroio dos Ratos.

Ao receber a notícia do incêndio, Vera se deslocou ao município onde, juntamente a outros familiares dos internos, buscava informações sobre o filho. Em um primeiro momento, a notícia era de que Otávio teria fugido do local e que seria levado a prestar depoimento na delegacia. Ocorre que, dias depois, Vera foi informada, em telefonema anônimo, de que o  jovem teria entrado em óbito e seu corpo estaria no necrotério, em Canoas.  “Sempre falam, e eu sei que é assim: quem usa pedra, ou é caixão ou é cadeia. Do que eu não me conformo é de que ele foi tratado como um indigente, mas ele tem pai e mãe. Nunca abandonamos ele. E eu não vou descansar enquanto não fizerem justiça. A clínica precisa responder pelos atos e pela negligência”, desabafa a mulher que procurou a reportagem da Rádio Alvorada. A entrevista vai ao ar na manhã desta quarta-feira, 04/08.

De acordo com informações coletadas pela equipe que investiga o caso, as vítimas estavam trancadas em um cômodo com grades e cadeado, no local onde começou o incêndio. No momento do ocorrido, não havia monitores na clínica. Três funcionários foram presos em flagrante no local. O proprietário da clínica Centro Novos Horizontes, Anderson Wagner dos Santos Zottis, estava foragido, mas se apresentou na delegacia de São Jerônimo, dias após o incêndio, acompanhado de um advogado. Ele foi encaminhado ao Presídio Estadual de São Jerônimo.

 

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