Jogos Paralímpicos Paris 2024 contarão com 13 atletas do Rio Grande do Sul
Competição inicia nesta quarta-feira, 28/08
Foto: Divulgação/ GOV BR
Os Jogos Paralímpicos 2024, de 28 de agosto a 8 de setembro, reunirão novamente os melhores atletas com deficiência do mundo. Na competição, o Rio Grande do Sul terá 14 esportistas em Paris. Essa edição dos Jogos contará com a maior quantidade de atletas brasileiros em competições internacionais. São 280 atletas no total.
Dos quais 274 fazem parte do programa Bolsa Atleta, ou seja, 97,86% dos convocados. Entre os bolsistas, mais de 63% são beneficiados com a mais alta categoria do programa, a Bolsa Atleta Pódio. Somente no ano de 2023, o valor investido nos atletas das modalidades paralímpicas, referente aos editais de dezembro de 2022 (Bolsa Pódio) e janeiro de 2023 (Bolsa Atleta), foi de mais de R$ 57 milhões.
Ao todo, 4,4 mil atletas competirão em 22 modalidades esportivas durante os 11 dias dos Jogos. Nas Paralimpíadas, participam atletas com deficiências motoras, amputados, cegos, além de pessoas com paralisia cerebral ou deficiência intelectual. A competição é considerada o terceiro maior evento esportivo do mundo em termos de venda de ingressos, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo da FIFA.
Destaques da competição
O campeão paralímpico Jovane Guissone faz parte da equipe gaúcha. Ele faturou o ouro na espada nos Jogos Paralímpicos Londres 2012 e a prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Jovane teve uma lesão na medula aos 22 anos causada por disparo de arma de fogo durante um assalto. Três anos depois do ocorrido, passou a treinar a esgrima, e se identificou com a modalidade.
Outro destaque na delegação é o tetracampeão olímpico Ricardinho Alves, com ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, Rio 2016, Londres 2012 e Pequim 2008. Um descolamento de retina aos seis anos comprometeu a visão do jogador de futebol de 5. Aos 10, o gaúcho começou a jogar futebol de cegos. Ele Já foi eleito o melhor jogador do mundo três vezes: 2006, 2014 e 2018.
História
O Reino Unido criou, em 1944, um hospital voltado para o tratamento dos soldados feridos na Segunda Guerra Mundial. A instituição, que ficou conhecida como Hospital de Lesionados Medulares, era conduzida pelo médico alemão Ludwig Guttmann, que decidiu implantar práticas esportivas como ferramenta de reabilitação dos pacientes.
A partir de 1948, ele estabeleceu uma competição que ficou conhecida como Stoke Mandeville Games. Essa competição tornou-se anual e passou a receber atletas estrangeiros a partir da década de 1950. Em 1960, optou-se por levar os Jogos de Stoke Mandeville para Roma, cidade que sediava as Olimpíadas. Esse evento contou com 400 atletas de 23 países e é considerado o primeiro Jogos Paralímpicos da história.
Entre 1968 e 1984, os Jogos Paralímpicos foram realizados em cidades diferentes das cidades-sede dos Jogos Olímpicos porque os comitês dessas cidades não demonstraram interesse em organizar o evento paralímpico. Foi a partir de Seul, em 1988, que os Jogos Paralímpicos ganharam maior visibilidade. Já em 1989, surgiu o Comitê Paralímpico Internacional.
Brasil nas Paraolímpiadas
O Brasil já conquistou 373 medalhas (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze) em Jogos Paralímpicos, ou seja, está a 27 do seu 400º pódio no evento.
As práticas esportivas entre deficientes físicos passaram a ser realizadas no Brasil durante a década de 1950, mas a primeira participação brasileira em uma paralimpíada aconteceu somente em 1972. A primeira medalha brasileira foi obtida por Robson Sampaio Almeida e Luís Carlos Coutinho na Bocha, na Paralimpíada de 1976.
Desde os Jogos Paralímpicos de Pequim, em 2008, o Brasil ocupou o top 10 no quadro de medalhas, obtendo 47 medalhas em Pequim; 43 em Londres (2012), 72 no Rio de Janeiro (2016); e, também, 72 medalhas em Tóquio 2020.
Bolsa Atleta
O Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio individual de atletas no mundo. Desde sua criação em 2005 até junho de 2024, 37.595 atletas foram contemplados, e 105 mil bolsas foram concedidas.
O programa garante condições mínimas para que atletas de alto desempenho — que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais — possam se dedicar, com exclusividade, ao treinamento e às competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.
A categoria Bolsa Pódio, a mais alta do programa, começou a ser paga a partir de 2013. Ela prevê repasses de até R$ 16.629,00 mensais e é destinada a atletas com grandes chances de conquistar medalhas em eventos internacionais, posicionados entre os 20 melhores do ranking mundial em suas modalidades.
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