Um breve olhar sobre a situação econômica de Marau
Mestrando em Administração, Rodrigo Ferneda fez uma avaliação sobre a situação econômica de Marau
É comum em nosso meio, comentário, opiniões, críticas sobre a atual conjuntura econômica do País e consequentemente a influência em nosso Município. A mídia repassa as informações e a população forma sua percepção, por meio da observação, que em termos gerais a recessão econômica enfrentada pelo poder público reflete diretamente no setor privado. Esse cenário gera insegurança e desconfiança em realizar investimentos como casa própria, abertura de novas empresas, mudança de emprego, gerados pelas situações de instabilidades em que somos informados e como consequência é adiados os investimentos por empresas bem como pela população.
Quando se fala em economia, envolvem todos os recursos, necessários para a produção que envolve oferta e demanda. A vocação empreendedora de cada local determina o crescimento econômico e a especialidade dos setores econômicos que mais geram renda, mão de obra e que contribuem para a participação do crescimento econômico em nível regional, estadual e nacional.
Os municípios com desenvolvimento guiado pelo setor industrial como, por exemplo, Marau, teve influência diretamente pela recessão econômica do País visto que muitas organizações dependiam indiretamente de projetos governamentais que possibilitaram uma alavancagem nos negócios empresariais na última década em especial no último quinquênio. Esse setor impulsiona outros setores como da construção civil, comércio, serviço, o que torna uma importante cadeia de desenvolvimento local e regional.
Existem diferentes perspectivas de analisar uma economia, uma delas é pela redução da renda que enfrentamos no contexto atual, em virtude da inflação dos produtos e serviços e a redução dos postos de trabalho em diversos setores da economia local, como o comércio e a indústria de transformação. De acordo com informações do Ministério do Trabalho, o nível de emprego com carteira assinada, o município de Marau-RS encerrou o ano de 2014 com saldo negativo de (-543) empregos. No primeiro semestre de 2015, encerrou saldo negativo de (-212) postos, sendo que os principais setores atingidos ocorreram (-313) demissões no setor da indústria de transformação e o comércio desligou (-84) colaboradores.
Essa característica transforma um percentual de 3,4% da população que era economicamente ativa ser dependente do seguro desemprego. Muitas destas, já esgotaram o benefício. Por outro lado o setor da construção civil apresentou contratação de 183 postos de trabalho nesse período, o que representa uma estabilização desse setor de atividade econômica, pois existem investimentos suficientes do setor privado, mesmo que o setor público tenha alterado as taxas de juros e a redução dos limites de financiamento dos programas habitacionais.
Outro fator para driblar o desemprego são atividades do setor informal que podem ser enquadradas legalmente como Microempreendedor individual, surgidos por meio de atividades que venham apresentar resultados que pode gerar renda e consequentemente circular recursos na economia. Mesmo nessa situação de instabilidade o Pib Municipal representa 0,57% na participação do estado, conforme o IBGE.
Diante de toda a reviravolta que a econômica apresentou no último ano, é necessário estar atento é que a economia é cíclica e tanto empresas como os consumidores precisam estar atentos a esse novo cenário. Por outro lado, com a finalização da utilização do seguro desemprego ocorre a redução da renda e pouca circulação da moeda na economia, o que reduz o consumo, a produção e consequentemente impacta na redução do PIB. A redução da mão de obra do mercado de trabalho reage ao cenário econômico com defasagem, transformando os riscos de continuar a deteriorar a renda e pressionando a queda sobre as perspectiva de consumo das famílias, efeitos gerados pela recessão da economia no mercado de trabalho.
Texto: Rodrigo Ferneda - Mestrando em Administração
Comentários