Conforme os analistas econômicos do Boletim Focus, a economia brasileira vai demorar para se recuperar e posteriormente retomar o crescimento (BACEN, 2015). Os motivos principais que contribuem para essa demora refere-se à má gestão dos gastos públicos, corrupção da Petrobrás que consequentemente geraram desemprego, ocasionando redução dos salários, redução do poder de compra e estagnação das atividades produtivas.

Como comentado em outras edições, a má gestão das contas públicas deve-se em virtude da ausência de planejamento dos investimentos sociais e estes foram gastos em uma proporção muito maior do que o resultado primário e, no entanto obteve-se pouco retorno dessa forma de investimento.

Outro fator que contribui para a demora é o baixo poder de competição da indústria nacional, frente à indústria externa. O consumo interno acabou sendo suprido pelos produtos importados, o que provocou uma estagnação da indústria interna, retraindo os demais setores que dependiam do setor industrial, com exceção da agricultura que foi o único setor que fez crescer o Brasil economicamente até o momento.

Também deve-se considerar a elevação das taxas de juros, provocando o endividamento de muitas empresas e famílias. Como consequência reduz a arrecadação de impostos e interfere no processo de ajuste fiscal. Se não tiver aumento de imposto, o resultado primário vai ser bem pior. Também o Brasil junto com a crise econômica, enfrenta uma crise política que talvez o impacto seja maior pelo fato de baixar o índice de confiança do consumidor, bem como do investidor seja ele nacional ou estrangeiro. Além do descrédito político diante das pedaladas fiscais e contabilidade criativa desenvolvidas para fechar as contas do governo.

Nesse sentido o ajuste fiscal não tem período para término, mas segundo informações de especialistas, são os fatores comentados acima que sinalizam que retomada da economia brasileira pode ocorrer apenas em 2018, devido ao desequilíbrio econômico e fiscal que o Brasil vem enfrentando.  

Importante destacar que 2/3 do comércio internacional são realizados entre as 500 maiores empresas do mundo, destas, 400 estão instaladas no Brasil, o que requer uma política cambial capaz de estimular as exportações para ganhar mercado externo em escala, eficiência em políticas de valorização do consumo interno para incluir essas empresas na economia das cadeias produtivas.