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Os efeitos da perda do grau de investimento no Brasil

por Guilherme de Abreu

Comentário realizado pelo Rodrigo Ferneda, mestrando em administração

Foto: Ilustração

A abertura comercial nos anos de 1990 oportunizou a integração de negócios entre países, onde provocou revolução nas formas de produção em que um determinado produto, pode ser fabricado em qualquer país, e busca-se um território que ofereça maiores vantagens econômicas oportunizando uma mudança importante vantagens comparativas entre os Países.

Isso fez com que Países em desenvolvimento, como o Brasil, por exemplo, oportunizasse investimentos externos por meio de políticas comerciais e econômicas oferecendo condições atraentes para os investimentos externos, como indústrias, lojas, fábricas e outras empresas multinacionais, sendo que estes contribuem com a geração de emprego e renda resultando na complementação da poupança que até então era e ainda é insuficiente. Esse progresso que induz ao crescimento e desenvolvimento de territórios depende de decisões políticas e de acordos realizados entre países, entre blocos econômicos e posteriormente na parceria entre setor público e setor privado.

Na teoria econômica existem investimentos em capital fixo, em que as empresas não podem ajustar a todo o momento o estoque de capital usado na produção, por isso utilizam uma taxa de ajustamento que determina quanto essas empresas gastam para aumentar o capital em determinado período, sendo a taxa de ajustamento determina a taxa de investimento.

Esses recursos externos desempenham um importante papel no processo de crescimento econômico de um país, possibilitando ao investidor usufruir de uma taxa de investimento maior do que no seu país de origem. Por isso que entra em questão, o grau de investimento do país, que é uma classificação para diferenciar os bons dos maus pagadores no mercado internacional. Ao longo dos anos, tornou-se umaorientação dos investidores e instituições financeiras internacionais na decisão de onde colocar dinheiro e a que taxa de juro.

Como intermediário existe as agencias mundiais que classificam o grau ou o risco, entre elas a Standard que rebaixou o País na última semana. A função dessas agências é informar os investidores sejam eles empresas ou Países, qual é o melhor país para realizarem suas aplicações ou aquisições, mediante uma classificação de risco, informando situações econômicas, políticas, por critérios e metodologias próprias e atuam também como influenciadoras para os investidores sempre atentos ao risco de calote (BACEN, 2015).

De fato, quanto mais seguro um país ou uma empresa for considerado por uma agência, mais dinheiro recebe a custos cada vez mais baixos. Quando um país como o Brasil, por exemplo, está em recessão, queda consecutiva do PIB – Produto Interno Bruto, Desconfiança do consumidor, Instabilidade política, Inflação, Aumento dos juros, desemprego, especulação, corrupção, colocam o País de sob perda do grau de investimento.

Essa situação exposta pode provocar a saída de recursos de investidores estrangeiros aplicados no Brasil, ou seja, a saída de dólares, o que faz o real se desvalorizar perante o dólar, provocando impactos como a inflação, alta no preço das viagens internacionais, endividamento de empresas com dívida em dólar. Outra situação é com o aumento da inflação associado à perda do selo de bom pagador a tendência é forçar os juros básicos no país, principal instrumento usado pelo governo para conter a alta dos preços, abrindo possibilidades para um aumento da Selic novamente, o que o Copom deve manifestar-se na próxima reunião no final de outubro. Ocorre um aumento dos juros das operações praticadas no mercado, como por exemplo, o financiamento imobiliário e empréstimos pessoais.

Outro fator refere-se às empresas que vão captar dinheiro externo, o que custa mais caro, o que faz com que ocorra redução de investimentos e contratações, e também os investidores externos não aplicam mais dinheiro no País e também retiraram o capital que já tem aplicado. Quando se perde o grau de investimento, as empresas entram em grau especulativo. Para retomar o nível desejado, ocorrem cortes de gastos do governo, aumento de impostos.

Também é preciso saber que de todas as análises que constituem o grau de investimento, a inflação provoca um impacto negativo maior que o impacto de um aumento na taxa de juros. Isto justifica a atual política de metas de inflação visando manter a estabilidade macroeconômica e mesmo assim a tendência é de que ultrapasse os 10% no ano de 2015. A redução na taxa básica de juros é importante na decisão do investidor, mas a estabilidade econômica é uma questão de maior relevância, pois cria incertezas e expectativas no momento de retomada da economia.

Texto: Rodrigo Ferneda, mestrando em administração

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