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Razões que justificam a elevação das taxas de juros bancárias

por Ana Lúcia Jacomini

Este foi o assunto do comentário de Rodrigo Ferneda nesta semana

Imagem Ilustrativa
Foto: economia.estadao.com.br

Hoje vamos falar da elevação nas taxas de juros em seis modalidades de crédito para pessoa física (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras, divulgados ontem pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade.

O que causa essa elevação é que o sistema bancário se compromete à compra de dívidas a certo preço, obtendo um lucro de intermediação e a autoridade monetária não está disposta, por regra geral, a negociar com facilidade dívidas de qualquer vencimento. Em circunstâncias normais o sistema bancário influencia o nível da taxa de juro modifiçando a quantidade de moeda através das operações de compra e venda de títulos. Na prática, as operações de mercado aberto são praticáveis dependendo do prazo das operações, assim as variações da taxa de juro podem ser de curto ou longo prazo. Essa dificuldade resulta em considerar o juro como a recompensa à espera, o equivalente a uma taxa de rendimento por essa renúncia ou risco.

Por outro lado, o existem vertentes explicativas que enfatizam o momento do cenário atual de uma nação, como por exemplo, o Brasil, decorrente do descrédito de seus governantes, corrupção, rebaixamento do risco, inflação e outras situações que enfrentamos. Nesse caso, o crédito se torna mais difícil, o consumidor reduz as compras e limita o setor empresarial na produção bens e serviços. Se ocorrer consumo diante de um cenário como o atual no Brasil, gera inadimplência do consumidor, em cartões de crédito, cheque especial, compras parceladas, provocando um impacto em toda a cadeia produtiva.

Há teorias exemplificando que os juros são elevados devido ao depósito compulsório que os bancos comerciais são obrigados a destinar como forma de caução para o BACEN diante dos depósitos à vista – 43%. Diante desse fato, o dinheiro compulsório não atua na circulação de moeda, o que compete aos bancos permanecerem com menos recursos para emprestar e, no entanto cabe selecionar seus tomadores de empréstimo, o que é necessário exigir garantias para não tomar calote diante da incapacidade de pagamento. Caso esse depósito compulsório fosse reduzido de forma gradativa o banco teria mais dinheiro em caixa, o que seria possível pulverizar em maiores quantidades, desde que não provocasse um processo inflacionário e crise no sistema bancário diante de uma instabilidade econômica.

De fato, o aumento das taxas é um fenômeno complexo e estamos vivenciando a maior taxa desde 1995. Como forma de prevenção cabe o consumidor reavaliar todo o orçamento pessoal, enxugar despesas para tomar o menor empréstimo possível. E se precisar deve evitar a inadimplência para não ocorrer o risco de renegociar a dívida. Nesse sentido a explicação para esse aumento das taxas de juros bancário se concentra na preferência temporal do consumo, enquanto esqueceram que numa economia monetária os bens materiais adquirem sempre a forma de moeda.

Texto: Rodrigo Ferneda, mestrando em administração

 

 

 

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