Em economia, a poupança atua como uma importante função. Muito se fala, se aprende, mas muitas vezes não é executada. A regra determina que com a renda obtida do nosso trabalho, a população consome, investe ou poupa. Então a poupança é a diferença entre a renda disponível e o consumo.

Essa modalidade de economia surgiu em 1891, quando o governo Imperial estimulou a população a economizar. Ao longo de todas as transições políticas, a poupança foi sendo ajustada com base nos princípios econômicos do momento e constitui a modalidade de economia mais antiga do País. Nesse sentido, a poupança, quando depositada em instituições financeiras, é emprestada às empresas para ampliação da capacidade produtiva, ou ao governo, que direciona para cobrir possíveis déficits nas contas públicas. O país também pode receber poupança externa, de outros países, para complementar seus investimentos, quando existe baixo volume de captação de poupança interna. Quanto mais é poupado num país mais recursos estarão disponíveis para o investimento. A proporção entre consumo e renda pode variar numa economia conforme as expectativas dos cidadãos. Se a expectativa é de uma economia em crescimento, sem risco para o emprego, a tendência é que as pessoas consumam mais. Mas se a economia está em recessão, com desemprego crescente, a tendência é contrária e a população fica mais propensa a poupar.

A poupança assume função fundamental também para a concessão de crédito para o consumidor. Destaca-se como exemplo, o direcionamento de recursos para empréstimos habitacionais via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, empréstimos agrícolas. Quando ocorre resgastes em grande proporção como vem ocorrendo nos últimos meses, com dificuldades e limitações da oferta desses recursos, o que para equilibrar a oferta e demanda, eleva-se as taxas de juros desses financiamentos, bem como reduz o prazo para pagamento e valores concedidos.

Conforme dados do Banco Central, o município de Marau-RS, no ano de 2014, no encerrou com um valor aplicado de R$ 214.911.452, um acréscimo de 88% em relação ao ano de 2013. Esse valor contribuiu para a concessão um total de 98.878 operações destinadas à pessoa física, sendo que destas, 53.554 são caracterizadas nas modalidades de empréstimo rural. Na modalidade de pessoa jurídica, totalizou no ano de 2014 com 84.226 operações, sendo destas 20.820 operações destinadas a investimento e ampliação da capacidade produtiva de empresas. Sendo assim, ressalta-se a importância da formação da poupança para o desenvolvimento de outras atividades econômicas.

De outro lado, convém destacar que no cenário atual, quadro de retração econômica acaba por diminuir a renda familiar, comprometendo o volume de recursos que poderiam ser poupados e levando ao resgate do que já está investido para que os compromissos possam ser honrados, (inflação elevada, juros elevados, queda de renda, desemprego, além da taxa SELIC elevada, o que reduz a rentabilidade da poupança frente aos fundos de investimento, entre outros fatores), ao qual, no ano de 2015 o cenário não deve ser tão otimista quanto ao ano de 2014.

Deve-se ter a convicção de que a poupança em curto prazo é aconselhável, já no médio e longo prazo existem outras modalidades com remuneração mais atrativa, mas é importante ter em mente que o investimento é uma técnica fundamental que pode ser utilizado como um mecanismo para se atingir o pleno emprego de uma economia, no que a poupança estabelece essa simples relação na economia de mercado. É importante destacar que poupar em épocas em que a economia está aquecida ameniza os impactos de descapitalização em épocas em que há recessão econômica.

Texto: Rodrigo Ferneda, mestrando em Administração