Algumas razões que explicam os mecanismos de controle do dólar
Texto de Rodrigo Ferneda, mestrando em administração
A política cambial que é determinada pelo Conselho Monetário Nacional em que busca a estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio da balança de pagamentos.
No Brasil a compra e venda de dólar é um recurso finito, servindo apenas para amenizar grandes flutuações do câmbio no curto prazo. Para garantir uma cotação influenciada artificialmente para baixo em longo prazo, seria necessária uma reserva infinita de dólares para serem continuamente vendidos, o que não existe. Com o dólar elevado, o Bacen vende dólares para saturar o mercado e assim poder baixar o valor da moeda estrangeira
O Banco Central atua com três espécies de mecanismos para o equilíbrio cambial: o mais pratico são os contratos de "swaps cambiais", que são contratos para troca de riscos, em que o Banco Central lança um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega o dólar. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor desses e recebe o banco central a variação do dólar do mesmo período. Esse mecanismo serve como proteção para os investidores que tem dívida em moeda estrangeira, sendo assim, quando o dólar sobe, eles recebem sua variação do Banco Central. O Banco central realiza uma operação que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro, o que reduz a pressão para a elevação do dólar.
O segundo mecanismo são as vendas diretas de dólar feitas no mercado, em que os recursos saem das reservas internacionais brasileiras. O Banco Central busca utilizar de forma menos frequente esse mecanismo para uma queda das reservas cambiais, o que pode gerar uma desconfiança entre os investidores. As vendas diretas procuram reduzir a cotação do dólar frente ao real, baseado na lei da oferta e procura. Foi utilizado no Brasil apenas em 2 situações: no governo FHC após o lançamento do plano real, para travar o preço dos dólares no momento em que o país viveu momentos em troca de moeda. E no governo Lula no ano de 2009 para evitar que a crise financeira internacional interferisse de forma mais assídua no mercado brasileiro.
O terceiro mecanismo são os leilões de linha que buscam reduzir a pressão pela alta da moeda. Isso porque, com mais dólares no mercado, seu preço tende a ficar menor. Na alta do dólar como ocorre atualmente o BC distribuiu estes instrumentos por meio da realização de ofertas de leilões de linha para enfraquecer as pressões sobre o câmbio. Outra medida que o governo utiliza para estabilizar a moeda estrangeira é a tributação tanto na entrada como na saída de dólares, taxando as operações com o IOF.
Nesse sentido, convém destacar que o governo necessita de estoques de dólares, assim como uma indústria necessita de matéria prima para o seu funcionamento, para poder equilibrar os preços, e estimular o consumo interno e externo, como também, ter condições de exportar as riquezas que são produzidas no território nacional, para que a taxa de câmbio possa se manter em um patamar que atenda os interesses do governo no cenário econômico que o país se encontra. Também é importante para evitar as alterações bruscas da taxa de câmbio e dos preços influenciados, que sempre prejudicam as empresas, população e governo. É papel do Banco Central adotar medidas para evitar a volatilidade que é a variação rápida do valor da moeda.
Texto: Rodrigo Ferneda, mestrando em administração
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