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No Rio Grande do Sul preço da gasolina aumenta 23,5% apenas em 2021

por Almeri T Angonese

Ao longo do primeiro trimestre, o valor do combustível na bomba ficou quase R$1,10 mais caro no Estado.

Foto: Divulgação

No início de 2021, o valor do combustível ultrapassou a barreira dos R$ 5,00, o que pesa no bolso dos consumidores e desafia empresas em meio à crise.  Ao longo do primeiro trimestre, o valor do combustível na bomba ficou quase R$1,10 mais caro no RS. Na semana entre 21 e 27 de março, o litro da gasolina comum, estava custando em média R$ 5,711. Uma pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) registrou o maior valor em Pelotas, no Sul do Estado, onde o litro de combustível chegou a custar R$ 6,299, enquanto Canoas, na Região Metropolitana, teve a menor marca, registrando R$ 5,169. Em comparação com a semana da virada do ano, entre 27 de dezembro e 2 de janeiro, o valor do litro estava abaixo dos cinco reais, custando em média R$ 4,626. Ou seja, ao longo do primeiro trimestre, de acordo com a ANP, o combustível ficou quase R$ 1,10 mais caro, representando o aumento acumulado de 23,5% nos postos gaúchos, apenas entre janeiro e março.

A alta acumulada em 2021 é atribuída a um conjunto de fatores. Na hora da definição dos valores dos combustíveis nas refinarias, a Petrobras leva em consideração as variações no preço do petróleo no mercado internacional. Após despencar no começo da pandemia, em 2020, a commodity apresentou uma reação positiva com a reabertura da economia global. Isso deixou os preços mais elevados para os consumidores no Brasil. O petróleo tem cotação em dólar, ou seja, quando a moeda americana sobe, o preço dos combustíveis é impactado. Foi o que ocorreu entre janeiro e março. Depois de fechar 2020 perto de R$ 5,20, a taxa de câmbio aumentou neste ano, para a faixa de R$ 5,70, quando essas variáveis se alteram, para mais ou para menos, têm efeito no valor para o consumidor.

Representando um pequeno alívio para os gaúchos, o preço perdeu força nos últimos dias, embora siga em patamar elevado. Entre 14 e 20 de março, a gasolina alcançou a marca de R$ 5,814, em média, descendo para R$ 5,711 na sequência. Mas é um momento de muita instabilidade e as altas que ocorrem nas refinarias são repassadas aos postos automaticamente.

Nos últimos dias, o preço do petróleo apresentou sinais de estabilidade, a Petrobras anunciou, na quarta-feira (24), redução de 3,7% para a gasolina e de 3,8% para o óleo diesel nas refinarias. Porém, essa diminuição não quer dizer que o preço da gasolina passará a cair nas próximas semanas. A baixa dos preços nos postos depende de outros fatores além do preço do petróleo e do câmbio, uma vez que os valores dos combustíveis carregam o peso dos tributos, em 1º de abril, o preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) da gasolina terá aumento no Rio Grande do Sul. O valor de referência, também chamado de preço de pauta, passará de R$ 5,4200 para R$ 5,8404. É sobre o PMPF que incide a alíquota de 30% de ICMS da gasolina. O preço é determinado a cada 15 dias, após pesquisa da Receita Estadual sobre os valores cobrados nas bombas.

A estrutura de cálculo de ICMS cria um descompasso nos valores cobrados pelos combustíveis. Porque, quando o preço começa a descer nas refinarias, o imposto é calculado com base em valores anteriores e isso traz uma dificuldade para os postos repassarem valores menores.

O que compõe o preço da gasolina

36,5% do valor cobrado ficam com a Petrobras
26,3% representa o ICMS cobrado nas unidades da federação. No RS, alíquota é de 30%.
14,7% do montante vão para Usinas produtoras de etanol. A gasolina que chega às bombas tem mistura de 27% de etanol anidro.
12,1% são Tributos federais, ou seja, recursos que vão para a União por meio de Cide, PIS/Pasep e Cofins.
10,4% vai para Distribuição e revenda. É a parcela que corresponde a distribuidoras e postos de combustíveis.

Incerteza no mercado econômico dificulta projeções

O elevado grau de incertezas sobre a economia mundial, causado pela pandemia de Covid-19, dificulta projeções de analistas para o preço da gasolina nos próximos meses, sendo a crise sanitária a principal causa de interrogações.  Outra causa de dúvidas acerca do preço dos combustíveis é a troca no comanda da Petrobras e a falta de clareza sobre os rumos da Estatal no futuro.

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