Sinduscon busca se tornar a mais importante entidade de classe do norte gaúcho
Leia entrevista com Cristiano Basso, presidente da entidade
Passo Fundo é a maior cidade do norte gaúcho. Situação que coloca o município como um polo econômico em diferentes áreas, sendo uma delas a construção civil. A cidade, com o terceiro mercado imobiliário do Rio Grande do Sul, cresce na mesma velocidade que o setor se desenvolve.
Para fechar o ano de 2023 com um panorama do que foi realizado neste período e projetar 2024, compartilhamos uma entrevista com o empresário da Una Construtora e presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Passo Fundo e Região - Sinduscon, Cristiano Basso. A entrevista foi conduzida pela assessoria de comunicação do sindicato.
Cristiano, contra todas as estimativas do início de 2023, troca de presidência em Brasília/DF e a incerteza que uma situação assim gera, o SINDUSCON acreditou e fez novamente sua feira de negócios, a Construimóveis, após um ano espetacular que foi em 2022. Que fator foi predominante para a entidade tomar essa decisão?
Decidimos retomar a feira em comum acordo entre todos nós associados, pela razão que entendíamos e sabíamos do potencial da Construimóveis. Uma feira que envolve todo o norte gaúcho e mostra a pujança da construção civil e o quanto ela é importante pra toda a região. Então, com isso, a entidade acreditou e segue acreditando cada vez mais, que deve seguir com a Construimóveis, e agora, se possível, todos os anos, fortalecendo a nossa cadeia e acreditando no mercado imobiliário que sempre foi um dos grandes setores do desenvolvimento da cidade.
O que você entende que foi determinante para ter um crescimento de quase 30% em volume de negócios da edição da feira de 2022 para este ano?
Bom, esse crescimento de VGV (Valor Geral de Venda) de 2022 para 2023 ocorreu da seguinte maneira: nós tivemos uma retração no início deste ano, logo depois das eleições e o início do novo governo. Foi uma decisão por parte tanto dos investidores, compradores, como também dos incorporadores na questão de novos empreendimentos. Mas, no final do primeiro trimestre e já a partir da virada do segundo semestre, nós tivemos um alavancamento muito bom, com potencial de vendas, talvez em razão dos primeiros seis meses do ano estarem com a economia muito devagar, e com a virada para a segunda metade do ano, e a baixa dos juros, a economia reagiu forte, fazendo que tivéssemos grande desempenho. Logicamente que a Construimóveis impulsionou muito para isso acontecer, porque os expositores acreditaram na feira e creio que isso tenha proporcionado o maior volume de negócios que a entidade já promoveu na história do sindicato.
A Construimóveis superou as expectativas, foi um sucesso, o que para a economia regional foi excelente. Agora, falando na entidade, o que você destaca de realizações importantes neste ano?
Nossa entidade ao longo do tempo sempre foi protagonista no desenvolvimento de Passo Fundo. E eu destacaria especialmente nestes últimos quatro anos um trabalho maior do SINDUSCON principalmente com relação à sociedade. A comunidade tem entendido ainda mais o propósito do sindicato, a Prefeitura Municipal também tem uma aproximação muito boa, com todas as suas secretarias que estão ligadas direta, ou indiretamente a cadeia da construção civil, e com isso, quem sai ganhando é a comunidade e a própria cidade, que tendo um envolvimento bom entre a parte governamental, entidades de classe e as empresas privadas que investem no município, faz acarretar bons frutos no futuro e principalmente, ajuda todos a trabalharem neste sentido, pensando numa positividade e no crescimento geral da cidade.
Uma entidade com esta estrutura, prédio de 11 andares, com salas para locação, salão de eventos, auditório, estacionamento, requer planejamento e uma capacidade de gerenciamento e envolvimento por parte de diretoria e equipe. Como o SINDUSCON está gerenciando esta nova realidade?
Hoje estamos com a nossa nova sede concluída e com inquilinos dentro do nosso prédio. Contamos com mais de 4 mil m2 de área construída, 11 andares, com o que há de mais moderno e sofisticado no setor comercial para locação. O bairro Cidade Nova também está desempenhando um crescimento muito grande e isso deu notoriedade a nossa sede que ficou mais conhecida e isso por consequência, deu um movimento maior no nosso prédio, com novos empresários locados lá de diferentes setores econômicos como segmentos da saúde por exemplo, diferentemente de apenas da construção civil. Isso tudo faz a entidade crescer também.
Uma entidade forte como o SINDUSCON é o reflexo do setor econômico que ela representa. A construção civil enfrenta desafios diários que passam da qualificação de mão de obra, qualidade nos insumos utilizados nas edificações, até na elaboração e execução de projetos cada vez mais atualizados com as necessidades de mercado. Construir não é simples. Como a entidade atua no auxílio destas questões para seus associados?
Para essa nova realidade da entidade estamos fazendo um planejamento estratégico para os próximos cinco anos já prevendo a rentabilidade da locação destas salas, o uso do nosso salão de eventos, do nosso auditório e também, o desempenho do SINDUSCON, agora, que temos, até onde sabemos, a maior sede própria do país. Vamos criar no planejamento os passos para até 2028 pensando no futuro da entidade e para os próximos presidentes também terem a condição de uma boa gestão.
Como você projeta o SINDUSCON para o futuro?
Bom, os desafios são gigantes quando falamos no setor da indústria da construção e especialmente pensando na entidade e nas nossas empresas. Isso vale para nós enquanto empresários, geradores de emprego e renda, que temos a imensa responsabilidade de crescer, desenvolver e ajudar na melhoria da nossa vida, por óbvio, mas de nossos colaboradores também. Como gestores temos essa como nossa principal preocupação e responsabilidade. E sabemos que a qualificação de mão de obra é o nosso calcanhar de aquiles, por isso, acreditamos que o nosso mercado da construção civil caminha para uma forma de desempenho diferente nos próximos anos, principalmente, partindo para uma industrialização maior, vindo talvez com a sequência dos serviços, os materiais de forma mais prontos e tecnicamente superiores ao que nós usamos hoje. A construção civil constrói até, certas vezes, de maneira artesanal e o que acontece é que está difícil no mercado, encontrarmos profissionais que tenham um poder de qualificação para um acabamento por exemplo, então tudo isso dificulta. Não é definitivo, mas é possível e necessário. Este é um caminho sem volta. A tendência do nosso mercado é que a gente mude algumas coisas no sentido de construções nos próximos anos, talvez com divisórias mais leves, com fachadas ventiladas como foi o caso da apresentação de uma empresa na Construimóveis deste ano, enfim, mudanças para a gente se adaptar às novas realidades do mercado. E lá no SINDUSCON, juntamente com os associados, a gente debate muito sobre estes assuntos, pois temos buscado melhorar. Em 2022, com o apoio da Prefeitura Municipal e subsídios da Fiergs, demos um passo importante com a criação de cursos profissionalizantes para tentarmos trazer para o setor, principalmente essa juventude que está iniciando no mercado de trabalho, para que tenham oportunidade na construção civil de seguir uma carreira, começando como servente, depois profissional e assim chegar até um mestre de obras no futuro, com uma qualificação superior dentro do mercado.
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