“O mundo está em crise. Precisamos romper com o ciclo de violência, de medo, de abandono e inserir atividades que deem afetos, prazeres, gargalhadas, que modifiquem um pouco esse ciclo" – afirmou o psicólogo Pedro Sitta, com o intuito de sugerir novas práticas na sociedade através da arte e cultura. Este foi o principal  tema da entrevista realizada na Rádio Alvorada na manhã desta quarta-feira, 23/11, com o profissional que aplica a arte com um foco diferente: um olhar clínico em saúde e nos direitos da população.

O marauense Pedro Sitta, ou o palhaço Abacaxi, é formado em psicologia, cursou durante o ano de 2015, a Escola Livre de Palhaços, do Grupo Off-sina, juntamente com a Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro. Residente em Porto Alegre, iniciou há alguns anos um trabalho diferenciado na área de psicologia com intervenções sociais através da arte e cultura nas ruas em diferentes cidades do Brasil. Segundo Sitta, a iniciativa surgiu de um grupo de colegas que se reunia para discutir a psicologia.

Ainda conforme ele, essa relação fora do consultório possibilita uma comunicação mais aberta, uma aproximação da realidade das pessoas, chegando até elas através de música, de poesia, de artes circenses.

Uma de suas grandes experiências, salientada em entrevista, foi a intervenção social e artistica através da cultura em ônibus, metrô e praças no Rio de Janeiro, junto a Escola Livre de Palhaços. De acordo com Sitta, foi possível intervir junto a pessoas que passavam por momentos de sofrimento, de perdas, de alcoolismo, levando a arte, a brincadeira, à disposição da população. Esta experiência pautou seu trabalho desde então, levando suas práticas para serem compartilhadas na Conferência Nacional de Saúde realizada em Brasília e, sugerindo a inserção destas intervenções no SUS.

 “Foi crescendo em proporções que eu não imaginava chegar” – disse Pedro, sobre o trabalho que desenvolve junto à sociedade.