Nesta quarta-feira, 21/08, está marcada a estreia do tão aguardado documentário do Coral Alegria Franciscana, “Vozes do Talian”. O longa é dirigido pelo cineasta Emiliano Ruschel, que contou, para o Página Rosa, um pouco dos bastidores do trabalho cinematográfico. 

“É quase achar agulha no palheiro”, confessou o diretor. “É quase que o processo inverso: é tanta agulha que tem que a gente tem que escolher para poder fazer um recorte, assim, porque é tanta história, tantas apresentações, tantos lugares em que eles foram, tantas coisas que eles realizaram. Um trabalho tão bonito de retorno para a sociedade, de manutenção da cultura italiana, do próprio dialeto ‘Talian’, que a gente faz, inclusive, menção no título do projeto.” 

A decisão por ampliar o material foi do próprio Emiliano. “Foi um trabalho muito bacana a gente conhecer toda a história do Coral Alegria Franciscana e conhecer as pessoas que fazem parte desse coro. O prêmio era para um curta-metragem, mas tinha tanta história e o material era tão rico, que eu disse: vamos seguir em frente e vamos fazer um longa-metragem.” 

O filme deve contar com encenações musicais e cênicas, depoimentos dos coralistas e uma grande base documental – obtida junto aos integrantes do Coral e em pesquisas no Museu da Imigração de São Paulo. O trabalho também atua para conservar a cultura viva: “vamos ter vários momentos em que o pessoal vai estar falando no dialeto do Vêneto, o Talian”. 

A estreia ocorre no dia 21/08, a partir das 19h, na Casa da Cultura de Marau. A entrada é franca e, ainda, garante a experiência de outro audiovisual centrado na cultura italiana cantada: “Harmonia em Vozes: os corais italianos nas comunidades”. 

Novidades cinematográficas 

Ao Página Rosa, o diretor contou que o longa deve ser separado em capítulos. “Justamente por terem 40 anos de história, tem várias fases – assim como nas nossas vidas. São fases, às vezes, voltadas mais para um estilo musical, tanto quanto atividades mais sociais, eventos, viagens. O que eu acho que dá para adiantar, assim, é que o Coral Alegria Franciscana, ele é um coro fantástico, que fez apresentações internacionais.” 

Outra novidade é que o longa deve tomar uma nova proporção. “Após o lançamento, estamos preparando o documentário para ser lançado em streaming e outras propostas – que em breve vamos comunicar.” 

Um processo de muitas mãos 

“Vozes do Talian” tem cerca de 70min de duração. Esse tempo de mais de uma hora e dez minutos é a tradicional média de um filme comercial – e, claro, não é o único processo tradicional pelo qual passa o longa. 

“O trabalho de gravação começou, ainda, em janeiro deste ano [2024]”, lembra o diretor. “Foi um trabalho, assim, muito legal, das gravações que a gente fez. Depois disso, a gente segue as fases tradicionais dos filmes, também, de ficção que eu faço – como o ‘Maverick’, o ‘Segredos’, o ‘Memórias Ocultas’.” 

A produção audiovisual é um processo coletivo. “Todos esses filmes, a gente tem um processo mais tradicional de filmes de longa-metragem em que a gente vai dividindo por etapas. Como ele tem uma duração muito grande, a gente tem equipes separadas para cada fase do projeto.” 

As operações, então, passam por uma linha de trabalhos. Há equipes de montagem, de cor, de som, de mixagem, de legendas e de créditos e cartelas. “É um trabalho bem artesanal”, reforça Emiliano.