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RS precisará de ajuda voluntária e federal por mais alguns meses

Baixar Áudio por Ricardo Silva

Coordenador do Plano de Logística e Distribuição de Donativos do Gabinete de Crise, Ronaldo Santini atualizou cenário da tragédia no Estado

Ronaldo Santini
Foto: Gov RS

Em entrevista à Tua Rádio Cacique nesta segunda-feira, 20/05, o Secretário do Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul e Coordenador do Plano de Logística e Distribuição de Donativos do Gabinete de Crise, Ronaldo Santini, forneceu uma atualização detalhada sobre a situação crítica enfrentada pelo Estado devido às chuvas torrenciais que causaram a maior tragédia da história gaúcha. Há quase um mês, o RS tem lidado com uma crise humanitária sem precedentes.

Santini informou que aproximadamente três milhões de pessoas foram afetadas pela catástrofe. Cerca de 80 mil indivíduos estão em abrigos temporários organizados pelas prefeituras, enquanto outras 200 mil estão hospedadas em casas de parentes ou amigos, necessitando urgentemente de donativos.

A solidariedade tem sido expressiva, com doações de roupas, água potável e alimentos chegando de várias partes do mundo. No entanto, a logística de distribuição enfrenta dificuldades significativas. A gestão envolve centros de distribuição (CDs) estratégicos, mas a infraestrutura danificada das rodovias complicou o transporte dos donativos.

Necessidades e prioridades

No momento, a demanda mais crítica é por alimentos organizados em cestas básicas, além de colchões e itens de cama, mesa e banho para os que estão em abrigos provisórios. A higienização das residências danificadas já começou em algumas áreas, permitindo que as famílias possam retornar e avaliar os danos para iniciar a reconstrução.

Santini destacou a importância do apoio voluntário, que representa entre 50% e 60% das doações recebidas. Recentemente, a JBS redirecionou uma significativa quantidade de carne processada para o estado, inicialmente destinada à Ucrânia. No entanto, itens básicos como sal, açúcar, café e óleo de soja ainda são escassos.

Desafios futuros

O secretário alertou para a necessidade contínua de apoio governamental e voluntário nos próximos meses, ressaltando que a recuperação completa pode levar até oito meses. Ele destacou a importância de parcerias público-privadas para manter a logística operacional e a necessidade de recursos federais para a reconstrução das casas e reestabelecimento das condições de vida normais para as famílias afetadas.

Ele destacou que a operação de socorro no Rio Grande do Sul é uma das mais complexas e desafiadoras já realizadas, comparando sua escala à histórica operação de desembarque na Normandia durante a Segunda Guerra Mundial.

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