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"Nem todos os segredos são bacanas"

por Ana Lúcia Jacomini

Alerta é do psicólogo Augusto Fassina, no Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual

Mascotes da campanha remetem a necessidade de falar sobre o assunto e não desviar o olhar do problema
Foto: Divulgação/Ministério da Justiça e Cidadania

A semana está sendo de alerta para as famílias, quanto à exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes. Em Marau, atividades vem acontecendo desde a segunda-feira, 15/05, organizadas pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social. Na quarta, 17/05, por exemplo, aconteceu amplo debate sobre a rede de assistência às vítimas, com as delimitações das competências de cada órgão envolvido em casos com menores.

Augusto Fassina, psicólogo do Centro de Referência Especializada em Assistência Social de Marau - Creas, explica que o município tem dado um olhar diferenciado para as situações suspeitas e para os fatos comprovados. A denúncia, segundo, se mantém como um fator primordial para se evitar crimes ou para solucionar casos ocorridos. A semana de mobilização tem, dentre outros objetivos, trazer a realidade do abuso infantil para a discussão. Outro elemento importante, segundo o profissional, é o cuidado com as redes sociais e a própria internet. “Os pais precisam saber com quem seus filhos estão conversando, com quem estão trocando mensagens e qual o conteúdo delas”, destaca.

Em Marau, o Creas atende a um total de 60 famílias. Destas, cerca de dez tem suspeita de casos de pedofilia. “Qualquer número é preocupante nesta situação. Nem que seja um, pois é um crime perverso”, enfatiza o psicólogo. Para ele, o fato de a semana de mobilização estar acontecendo, de o assunto estar na mídia, já é um avanço. O importante, segundo Augusto, é não calar. Mesmo que o abuso tenha ocorrido dentro de casa, na própria família. “Mexe com estruturas, é delicado. Mas é preciso trazer a tona e buscar a ajuda necessária”, finaliza ele.

Nesta quinta-feira, 18/05 - Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual, acontece uma grande mobilização na Avenida Júlio Borella, em frente ao  Banrisul, com distribuição de folders, divulgação e orientação para as pessoas. Nos materiais de divulgação consta o número para denúncias, o Disque 100. O Conselho Tutelar também é órgão apto para receber denúncias de abuso sexual infantil.

18 de maio: A data foi escolhida como dia de mobilização contra a violência sexual porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. A proposta do “18 DE MAIO” é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos sexuais de crianças e adolescentes. É preciso garantir a toda criança e adolescente o direito ao desenvolvimento de sua sexualidade de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual. (Fonte: Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania)

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