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Pesquisadores visitam produtores de trigo no RS e SC

por Aldoir Santos

O giro do trigo contou com três equipes e mais de 20 profissionais da Embrapa Trigo

Técnicos percorreram várias áreas
Foto: Divulgação

A aproximação com parceiros na produção de sementes levou um grupo de pesquisadores da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS) a visitar produtores no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O giro do trigo começou no final de setembro, na Região Noroeste, e encerrou no final de outubro, no oeste de Santa Catarina

Nos experimentos conduzidos pela Embrapa Trigo em Três de Maio (RS), a geada não foi muito intensa e o que chamou a atenção dos pesquisadores foi a volta da brusone e a incidência de mosaico. "Nas parcelas de pesquisa a brusone atingiu entre 5 a 10% do trigo, um índice baixo mas que exige mais atenção na escolha de cultivares menos suscetíveis", conta o pesquisador Ricardo Lima de Castro.  

Na Sementes Ponteio, em Pejuçara (RS), foi a falta de luminosidade que afetou o desenvolvimento do trigo cultivado em 780 hectares. "A chuva contínua impediu as operações de adubação nitrogenada e o controle do azevém, mas de forma geral conseguimos manter uma boa lavoura, com incidência de geada apenas nas áreas de baixadas e próximas à vegetação nativa", avalia o produtor Ronaldo Bonamigo. A expectativa é colher entre 50 e 60 sc/ha.

Com produção de sementes em Condor (RS) e Santo Augusto (RS), os primos Alexandre e Leandro Van Ass acreditam no potencial das lavouras que podem render 50 sc/ha na média. "Apesar dos problemas com mosaico, bacteriose e giberela, as plantas se recuperaram bem e o trigo apresenta agora espigas grandes e cheias que mostram alto potencial de rendimento", explica Leandro Van Ass.

O pesquisador Márcio Só e Silva observa que cultivares com ciclo mais tardio sofreram menos com a geada: "O desenvolvimento vegetativo mais longo, associado a atrasos na semeadura e vários dias sem chuva logo após a implantação da lavoura, deixaram a planta mais preparada para suportar a geada, já que o trigo ainda não estava na fase mais crítica que é a floração. Mesmo onde a geada causou danos, não verificamos, nos produtores visitados, a morte de espigas, mas apenas falhas na granação".

A última viagem da equipe aconteceu nos dias 22 e 23/10, na região de Campos Novos/SC e de Vacaria/RS. "Nesta região mais fria, a colheita acontece no final de novembro, então ainda é cedo para estimar resultados da safra, mas as lavouras visitadas apresentam um bom padrão, com potencial para 80 sc/ha em Vacaria e mais de 60 sc/ha em Campos Novos", conta o Chefe Geral da Embrapa Trigo, Sergio Dotto.

Na região de Vacaria (RS), reconhecida no setor produtivo como local dos mais altos rendimentos no trigo em função do clima e atributos do solo, as lavouras entraram na fase de espigamento, o que exige o maior acompanhamento técnico para identificar o melhor momento no uso de defensivos. O monitoramento da lavoura faz parte da rotina diária na Sementes com Vigor, onde pai e filho - Raul e Pedro Basso - já controlam os primeiros sintomas da giberela. Na produção de sementes de trigo, distribuídas em oito diferentes cultivares nesta safra, são efetuadas ente 2 a 5 aplicações de fungicidas. A colheita prevista para meados de novembro deve ficar um pouco abaixo dos 90 sc/ha alcançados pelos produtores da região em 2014. 

O giro do trigo contou com três equipes e mais de 20 profissionais da Embrapa Trigo e do escritório de Passo Fundo da Embrapa Produtos e Mercado. O objetivo foi valorizar as parcerias, levantando demandas e oportunidades no setor sementeiro.

 

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