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ABPA apresenta dados e projeções para a avicultura e suinocultura

por Camila Agostini

Francisco Turra faz primeiras avaliações sobre as informações divulgadas pela entidade

Foto: Divulgação

Em entrevista coletiva realizada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) foram apresentados números atualizados da avicultura e da suinocultura do Brasil, projeções para o ano e análises de temas que influenciam o desempenho do setor produtivo.

Participaram da apresentação,  o presidente da ABPA, Francisco Turra; o diretor-executivo, Ricardo Santin; o diretor técnico, Rui Eduardo Saldanha Vargas; o diretor de relações institucionais, Ariel Antônio Mendes; e o diretor financeiro e administrativo, José Perboyre.

Na programação da Tua Rádio Alvorada, Turra comentou sobre os números divulgados e fez análises quanto às projeções estabelecidas pelo setor. Ouça a íntegra da entrevista no player de áudio.

Segundo as informações divulgadas pela ABPA, a suspensão de plantas brasileiras exportadoras de carne de frango pela União Europeia, a continuidade do bloqueio russo à carne suína, a instituição de novos critérioshalal por países Árabes e a aplicação de equivocadas medidas de direito antidumping pela China foram alguns dos fatores que colocaram o setor em um período desafiador, cujo ápice ocorreu no fim de maio, durante a Greve dos Caminhoneiros.

Diversos fatores internos impactaram na perda de competitividade da produção de aves e de suínos.    

Neste contexto, destacam-se a elevação dos custos de produção, especialmente pela alta do milho e do farelo de soja.  No caso do milho, a elevação média é de 53% em relação ao mesmo período do ano passado (comparação com agosto de 2017). Já a alta da tonelada de farelo de soja supera 43%.   O fator cambial e a redução da oferta de grãos nesta safra impactaram substancialmente este quadro.  Como consequência direta desta elevação – além do fato da elevação do preço do transporte - foi o anúncio de importação de milho de países do Mercosul, ocorrido no início deste semestre.

O tabelamento do frete também é um fator de perda de competitividade.  A Greve dos Caminhoneiros mostrou ao Brasil a grande dependência da avicultura e da suinocultura da logística rodoviária.  Utiliza, para isto, transportes dedicados – por questões sanitárias – tanto para animais, quanto para produtos.  Exatamente por isto, são transportes fidelizados, majoritariamente em distâncias curtas.  Com a nova tabela, o custo logístico dos setores apresenta uma elevação média de 35% - chegando próximo de 80% em algumas modalidades, como o transporte de ração.

Com a somatória destes fatores – tabelamento de frete e elevação dos custos de produção – os preços das carnes e outros produtos de aves e de suínos tendem a aumentar por volta de 15% para o consumidor final.

As perdas poderiam ser maiores, não fosse a forte diversificação de mercados importadores da proteína animal do Brasil.  No mercado internacional, grande parte das exportações que antes eram destinadas a Rússia tiveram países da Ásia (China e Hong Kong) e da América do Sul (Chile, Uruguai e Argentina) como destino.  Na para a carne de frango, China, México, Iêmen, Emirados Árabes Unidos e outros mercados reduziram os impactos do embargo europeu.

 

CARNE DE FRANGO

A produção de carne de frango deverá apresentar redução de 1% e 2% neste ano, em relação às 13,058 milhões de toneladas produzidas em 2017, girando em torno de 13 milhões de toneladas.

Esta redução é puxada pela diminuição no alojamento de pintos de corte, estimada entre 3% e 5%, impactando na oferta disponível de carne de frango. No início de 2018, a projeção inicialmente traçada pela ABPA era de crescimento entre 2% e 4%. O consumo per capita estimado para este ano é de 42 quilos (em 2017, foram 42,07 quilos)

As exportações de carne de frango deverão retrair entre 2% e 3% neste ano, em relação às 4,32 milhões de toneladas embarcadas em 2017, alcançado neste ano 4,25 milhões de toneladas. No início de 2018, a projeção inicialmente traçada pela ABPA era de crescimento entre 1% e 3%.

 

CARNE SUÍNA

 A produção de carne de carne suína deverá apresentar elevação de 1% neste ano, em relação às 3,75 milhões de toneladas produzidas em 2017, com volume próximo à 3,8 milhões de tonelada.

No início de 2018, a projeção inicialmente traçada pela ABPA era de crescimento entre 2% e 3%. O consumo per capita estimado para este ano é estável (em 2017, foram 14,7 quilos).

As exportações de carne suína deverão retrair entre 10% e 12% neste ano, em relação às 697 mil toneladas embarcadas em 2017, ficando em torno de 620 mil toneladas. No início de 2018, a projeção inicialmente traçada pela ABPA era de crescimento entre 4% e 5%.

 

OVOS

A produção de ovos deverá apresentar elevação de até 10% neste ano, em relação às 39,9 bilhões de unidades produzidas em 2017, chegando a 44,2 bilhões de unidades.

O consumo per capita estimado para este ano é de 212 unidades (em 2017, foram 192 unidades) No início de 2018, a projeção inicialmente traçada pela ABPA era de estabilidade.

As exportações de ovos totalizaram 5,8 mil toneladas entre janeiro e julho, volume 59% superior às 3,66 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2017.  Em receita, houve aumento de 84%, com US$ 9,33 milhões de dólares este ano, contra US$ 5,07 milhões em 2017.

 

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