O ex-ministro da Agricultura, marauense Francisco Turra, visitou a Tua Rádio Alvorada nesta semana. Na ocasião, falou sobre as condições do clima que tem se mostrado adverso neste ano, com seca no norte e cheias no sul. Para se ter uma ideia, até a quinta-feira, 23/11, o mês de novembro já apresentava um acumulado de mais de 620 mm. É quase seis vezes mais do que a média histórica para o município de Marau, nas leituras feitas pelo Engenheiro Agrícola, Telmo Pithan.

A condição é inédita e com os volumes de chuva registrados em setembro, outubro e novembro, já se tem mais de 1.896mm – pouco abaixo da média anual, que é de 2.129mm. Francisco Turra destaca que há municípios com números ainda mais elevados e que as consequências são graves em vários setores, incluindo o agronegócio. “Tem atrasos nos plantios em muitos lugares incluindo a safrinha de milho no Centro Oeste e isso vai impactar a produção de proteína animal aqui. O trigo, que fizemos uma campanha tão animada, esse ano parte do trigo ainda está na lavoura e atrapalhando o plantio de soja. Teremos número inferiores, mas o que preocupa mesmo, é a descapitalização do proutores”, disse ele.

Além de frisar a importância de o orçamento brasileiro ampliar as coberturas do seguro rural, Turra, que preside o Conselho Administrativo da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil – Aprobio, também chama a atenção para os debates sobre mudanças climáticas. “Finalmente o mundo acordou”, afirmou, lembrando discussões e estudos feitos pela Embrapa há 30 anos. O marauense vai participar da 28ª Conferência das Nações Unidas para o Clima – COP28, que será realizada entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. 

“Quem me ouve, do município que for, eu digo uma coisa: ouçam quando se falar em mudanças climáticas”, alertou Turra que antecipou, ainda, que em breve será apresentado no Rio Grande do Sul um projeto em parceria com uma empresa japonesa, voltado às questões hídricas.