Clima favorece plantio da safra de inverno no Rio Grande do Sul
Trigo, aveia, canola e cevada são os cultivos acompanhados pela Emater
As condições climáticas, observadas nestes primeiros 15 dias de junho, favoreceram a intensificação da semeadura das lavouras de inverno no Rio Grande do Sul, especialmente de trigo. Anteriormente, essa atividade havia sido represada devido à concentração dos produtores na conclusão da safra de verão e às condições ambientais adversas (chuvas e excesso de umidade no solo), que limitavam a operação apenas nos terrenos mais secos.
De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta qsemana pela Emater, houve intensa movimentação de tratores e máquinas semeadoras, visando ampliar a extensão cultivada, considerada em atraso. Nas áreas implantadas mais precocemente, observa-se boa evolução das lavouras de trigo, embora algumas partes apresentem problemas no estande de plantas, em razão da semeadura em solo excessivamente úmido, que causou o selamento dos sulcos pela passagem dos discos das semeadoras, agravado pela ausência de chuvas após essa operação.
A área cultivada com trigo na safra 2023 no Estado foi de 1.505.807 hectares, e a produtividade foi de 1.751 kg/ha (IBGE). A Emater está realizando o levantamento de intenção de plantio para a safra 2024, que deverá ser apresentado nas próximas semanas. Preliminarmente, a tendência observada é de pequena redução, comparativamente à safra anterior. A redução da área de plantio se justifica pelos baixos preços do cereal e pela frustração de produtividade na última safra.
No caso da aveia branca, outra importante cultura de inverno, houve intensa atividade de semeadura durante o período, visando aproveitar as condições adequadas de umidade do solo. As primeiras lavouras semeadas estão em desenvolvimento vegetativo e apresentam elevada incidência de pulgões e complexo de manchas foliares, cuja proliferação é favorecida pelas altas temperaturas, atípicas para o período.
A área cultivada com aveia branca na safra anterior no Estado (2023) foi de 364.989 hectares, e a produtividade foi de 1.619 kg/ha (IBGE). A Emater também está conduzindo o levantamento de intenção de plantio para a safra 2024, cujos resultados preliminares indicam um aumento no cultivo do cereal em comparação com a safra anterior. Contudo, em algumas regiões do Estado, há restrições na oferta de sementes, o que pode afetar essa intenção.
Já a semeadura da canola está mais avançada em comparação a outras culturas de inverno, pois o período preferencial de cultivo, segundo o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), ocorre de forma antecipada em relação às demais cultivadas no mesmo período produtivo. A área cultivada com canola na safra anterior no Estado (2023) foi 77.418 hectares, e a produtividade foi de 1.474 kg/ha (IBGE).
A Emater está conduzindo o levantamento de intenção de plantio para a safra 2024, cujos resultados preliminares indicam crescimento significativo em comparação com a safra anterior. Esse aumento pode ser atribuído, em parte, aos resultados produtivos satisfatórios, alcançados na última safra, que proporcionaram uma compensação econômica positiva, especialmente diante das frustrações observadas em outras culturas de inverno.
Na cevada, o período de semeadura e os principais produtores localizam-se nas regiões do Alto Uruguai e Planalto. A área cultivada na safra anterior no Estado (2023) foi de 40.695 hectares, e a produtividade foi de 1.961 kg/ha (IBGE). A Emater está conduzindo o levantamento de intenção de plantio para a safra 2024; os resultados preliminares indicam decréscimo significativo em comparação à safra anterior.
A tendência é de que, proporcionalmente, haverá a maior redução de área entre as principais culturas de inverno. Segundo os produtores, a principal razão para essa diminuição foi a frustração da safra anterior, na qual quase a totalidade dos grãos produzidos não obteve classificação comercial adequada para a indústria cervejeira.
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