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ABPA, Farsul e Embrapa participam de projeto para ampliação do número de safras no Rio Grande do Sul

por Camila Agostini

Encontro virtual reuniu líderes das federações gaúcha, catarinense e paranaense, de quatro unidades da Embrapa e da cadeia produtiva de aves e suínos

Foto: Divulgação

Representantes das três federações agrícolas da região Sul, de quatro unidades da Embrapa, além do ex-ministro Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), reuniram-se nesta quarta-feira, 10/03, em encontro virtual. As mais de 50 pessoas conectadas tinham um objetivo em comum: superar adversidades climáticas, diversificar o campo e ampliar a produtividade do trigo, da aveia e da cevada e das cadeias de aves e suínos — especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A ocupação de áreas de lavouras no inverno e a demanda por ração animal deve unir os setores.

A reunião foi aberta pelo presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira. Ele destacou que o RS possui características diferentes dos demais estados brasileiros e particularidades climáticas e geográficas dentro do próprio território. “Pensávamos em algo para o Estado considerando essas características. Era uma grande preocupação, e o ex-ministro Francisco Turra deu o empurrão”, revelou Pereira. 

A escassez da oferta de milho para alimentação animal — que obriga a importação do produto — suscitou o início das conversas entre as entidades. A Embrapa Trigo, que estuda culturas de inverno para suplementação na ração desde 1987, tem pesquisas ratificadas pela unidade Suínos e Aves e fornece o subsídio tecnológico para o movimento. “Enquanto o Brasil fala em três safras, estamos com 1,09 (safra). Temos uma enorme produção de soja no verão e, no inverno, uma safrinha de trigo. O resto da área está praticamente ocioso”, completou.

 

Otimização de culturas de inverno

Líder de um movimento que visa otimizar essas culturas, Turra destacou o papel fundamental dos líderes rurais para o êxito da iniciativa. “Uma grande ideia precisa de grandes propagadores. O êxito está nisso. No Rio Grande do Sul, quando acontece uma seca brutal, como na safra passada, a perda de renda para todos é muito forte. Falando sobre o ponto de vista da proteína animal, abrimos um canal para o mundo que hoje é irreversível”, afirmou Turra, ao demonstrar preocupação na manutenção das exportações de aves e suínos.

A recente quebra na safra de milho, segundo Turra, reverbera em Brasília. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apoia a iniciativa das entidades, manifestada durante o lançamento da iniciativa no Palácio Piratini. “Repentinamente, nosso milho ganhou repercussão mundial. Somos apoiadores. Com isso, tivemos uma adesão sem precedentes da agroindústria, que busca desesperadamente uma alternativa para reposição desse grão. Nosso objetivo é agregar valor e aproveitar uma oportunidade única”, frisou. 

“Temos um produto brasileiro, onde vamos aumentar a renda do produtor, ocupar nossa área de cultivo, aumentar a produção, entre outros. A indústria de máquinas, de serviços e empregos, todos setores agradecem,” finalizou o representante da ABPA. O grupo marcou nova reunião para dia 24 e trabalhar na construção de um projeto conjunto. Também está previsto o convite para que outras entidades representativas, como a própria indústria, integre-se ao movimento.

ABPA

A ABPA é a representação político-institucional da avicultura e da suinocultura do Brasil. Congrega mais de 140 empresas e entidades dos vários elos da avicultura e da suinocultura do Brasil, responsáveis por uma pauta exportadora superior a US$ 8 bilhões. Sob a tutela da ABPA está a gestão, em parceria com a Apex-Brasil, das quatro marcas setoriais das exportações brasileiras de aves, ovos e suínos: Brazilian Chicken, Brazilian Egg, Brazilian Breeders e Brazilian Pork. Por meio de suas marcas setoriais, a ABPA promove ações especiais em mercados-alvo, divulga os diferenciais dos produtos avícolas e suinícolas do Brasil — como a qualidade, o status sanitário e a sustentabilidade da produção — e fomenta novos negócios para a cadeia exportadora de ovos, material genético, carne e frangos e suínos.

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