A comunidade de Casca e região passa a contar um espaço dedicado às plantas medicinais, aromáticas e condimentares. Nesta quarta-feira, dia 7, foi inaugurado o Horto Medicinal, localizado junto ao Viveiro Municipal de Casca. O horto foi uma iniciativa da Emater/RS-Ascar e grupos da terceira idade, com apoio da Secretaria Municipal da Saúde e Centro de Referência da Assistência Social (Cras).

Conforme o extensionista social da Emater/RS-Ascar, Gilso Fanton, a ideia do horto surgiu com os grupos da terceira idade, visto que seus integrantes fazem uso das plantas. “Sugerimos fazer um resgate, o que foi muito bem aceito. Conseguimos esse local e trabalhamos todas as plantas com os grupos, em especial a identificação”, explicou Fanton. Segundo ele, a grande parte das 90 espécies de plantas existentes no horto veio das propriedades das pessoas que fazem parte dos grupos da terceira idade.

O prefeito de Casca, Alan Martins das Chagas, destacou a importância do envolvimento de todos para a construção do horto. “É um espaço diferenciado, que pode transformar a vida. Quem sabe conseguiremos fazer com que as pessoas tomem menos remédios com esse resgate dos conhecimentos dos antepassados”, disse o prefeito. Para o gerente regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, Oriberto Adami, o desenvolvimento, para ser completo, tem que ser equilibrado. “Esse horto representa o cuidado com a saúde das pessoas, o resgate de uma cultura”, frisou.

Na opinião de Celina Cauz, integrante de um dos grupos da terceira idade de Casca, que doou mudas para compor o horto, foi uma realização. “Ficou lindo!”, disse. Quem também foi ao no horto pela primeira vez foi Clementina Vani, que aprovou a ideia do acervo medicinal e diz ser muito importante para a correta identificação das plantas, como a penicilina, que ela não conhecia.
Antes do corte da fita inaugural, a assistente técnica regional Social, Doriana Gozzi Miotto, falou aos presentes sobre a valorização do conhecimento popular das plantas medicinais para a preservação, recuperação e manutenção da saúde. Doriana explicou também sobre o Relógio do Corpo Humano, forma como o horto medicinal de Casca foi organizado. Segundo ela, o Relógio relaciona o funcionamento dos principais órgãos humanos e o seu horário de maior atividade com as plantas medicinais, que têm função farmacológica sobre eles. Ela ainda ressaltou a importância das boas práticas do cultivo, coleta, secagem e armazenagem das plantas para a garantia de qualidade e saúde.

Unindo gerações
Além do resgate do conhecimento popular, feito com integrantes da terceira idade, as crianças foram envolvidas no projeto. O grupo Semente do Amanhã, coordenado pelo Cras, composto por nove crianças de 11 a 15 anos, ajudou na organização dos canteiros e no plantio das mudas. Para Guilherme Koakoski, de 15 anos, foi muito bom. “Eu aprendi um monte de coisas. Ajudei a fazer os buracos, plantei. A sensação é boa. A gente está fazendo uma coisa boa, porque as pessoas depois vão usar essas plantas para fazer chá. Eu moro no interior e minha vó já planta e agora eu também sei”, falou Guilherme. Da mesma opinião é o menino de 12 anos, Pedro Henrique Sobieski, que gostou da experiência. “Foi uma experiência boa, plantar desde o começo. Eu não conhecia as plantas, para mim era tudo mato”, disse.

Ao final das atividades de inauguração do horto, os visitantes receberam, das mãos dos meninos do projeto Sementes do Amanhã, mudas de plantas, como alecrim, poejo e boldo, para levarem para casa.

O horto ficará disponível para visitas agendadas e guiadas. Os interessados podem entrar em contato com o escritório da Emater/RS-Ascar de Casca, pelo fone 54 3347-1349.