Soja chega ao estágio final do ciclo produtivo e colheita avança no RS
As vagens apresentam desenvolvimento satisfatório
A cultura da soja está no estágio final do ciclo produtivo no Rio Grande do Sul. De acordo com o mais recente informativo conjuntural divulgado pela Emater, a colheita progrediu em um ritmo mais acelerado na última semana, alcançando 20% da área cultivada. Cerca de 51% das lavouras encontram-se em processo de maturação, e as restantes estão predominantemente na fase final de enchimento de grãos. A produtividade estadual projetada é de 3.329 kg/ha.
A maior parte das lavouras em maturação encerra o ciclo fenológico, sem ocorrência de senescência prematura das plantas. As vagens apresentam desenvolvimento satisfatório, os grãos entram em processo de redução do teor de umidade, sendo esperado o ponto adequado para a colheita, e algumas hastes vegetativas mantêm a coloração verde. Foram observadas plantas ainda com vigor vegetativo ao término do ciclo, o que indica bom desempenho da cultura ao longo de seu desenvolvimento, sugerindo perspectiva positiva em relação à produtividade.
Contudo, essa condição requer uma redução na velocidade das operações de colheita para garantir a eficiência do processo. Em termos de produtividade, os resultados são variáveis. Porém, há aumento perceptível nos rendimentos das áreas colhidas, o que evidencia maior potencial de rendimento nas lavouras semeadas entre o final de novembro e o início de dezembro e nas de ciclos menos precoces.
Do ponto de vista fitossanitário, a diminuição da umidade do solo facilitou a operação dos equipamentos de pulverização. As lavouras de implantação tardia – algumas em sucessão ao cultivo de milho e tabaco – têm sido submetidas a aplicações de inseticidas e fungicidas devido à considerável preocupação com a incidência de ferrugem-asiática. Na maior parte do Estado, onde as chuvas foram adequadas, a produtividade média poderia ter alcançado resultado histórico se não fosse pela significativa incidência da doença.
Apesar das aplicações regulares de fungicidas, o clima quente e úmido favoreceu a propagação do patógeno. Além disso, a dificuldade em atingir as folhas inferiores das plantas, em função do elevado dossel vegetativo, acarretou um controle menos eficaz. Os preços do grão apresentam elevação gradual desde o final de fevereiro, embora ainda permaneçam de 10% a 15% inferiores aos valores observados no início do período de semeadura.
Essa situação impacta diretamente a margem de lucro da atividade, que por vezes apresenta custos consideravelmente elevados, que são repassados para o financiamento por parte das instituições financeiras, exigindo dos produtores recorrer ao acionamento do seguro Proagro para áreas com produtividades inferiores ou em torno de 2.000 kg/ha.
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