Colheita do trigo no RS se aproxima do final
Tempo seco dos últimos dias contribuiu com as atividades do campo
Foto: José Schafer/Emater
O tempo seco dos últimos dias propiciou avanços na colheita do trigo, a qual se encontra próxima da conclusão, com 98% da área cultivada no Rio Grande do Sul já colhida. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater nesta semana, restam áreas a serem colhidas a Sul e Nordeste do Estado, devido à prática de semeadura mais tardia nessas regiões. Já mais a Oeste e Noroeste, a operação já foi concluída.
A qualidade dos grãos permanece abaixo do padrão ideal, especialmente nas lavouras estabelecidas durante a segunda metade do período de semeadura, indicado no zoneamento agrícola. A área cultivada de trigo totalizou 1.516.236 hectares. A produtividade estimada atualmente indica rendimento de 2.164 kg/ha, representando redução de 28,38% em relação à projeção inicial.
Nos demais grãos de inverno, como aveia branca, cevada e canola, as colheitas foram encerradas e as culturas estão em entressafra. Das culturas de verão, a soja tem o plantio intensificado, favorecido pela diminuição das precipitações e o aumento do número de dias ensolarados. A área semeada atinge 50%. Contudo, persiste a defasagem em comparação com a safra anterior, que, na mesma época, já havia implantado 70% e, na média dos últimos cinco anos, alcançado 75% da área projetada. Há preocupação por parte dos produtores em relação ao atraso, que pode impactar negativamente a produtividade, além de impossibilitar a implementação de um plantio escalonado, que facilitaria os manejos culturais subsequentes.
Em relação ao aspecto fitossanitário das áreas semeadas com soja, em algumas regiões constataram-se sintomas de doenças de solo, como o damping off (tombamento e morte das plântulas por apodrecimento), em parte das lavouras semeadas no período anterior, demandando a necessidade de replantio. O aumento de horas de sol também foi altamente benéfico para as lavouras de milho em todas as fases de desenvolvimento. De maneira geral, houve melhoria no aspecto visual das lavouras e na coloração das plantas, indicando a redução do estresse, provocado pelo excesso de umidade em áreas de relevo plano.
A semeadura do milho prossegue, mas a área semeada, atualmente com 85% da área prevista para esta safra, evoluiu pouco em função da priorização da operação na cultura da soja. Em termos fitossanitários, há preocupação com controle da cigarrinha e com o aumento na incidência de bacterioses e enfezamento do milho. Nas lavouras mais afetadas, as plantas estão morrendo antes do completo enchimento dos grãos, resultando em prejuízos na produtividade. A incidência de doenças e pragas enfraquece o colmo, levando à queda das plantas.
Comentários