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Primeira vez na Expointer, empreendedores familiares mantêm boas expectativas

por Taliane Radaelli

Dos 372 empreendimentos, 73 estarão pela primeira vez no espaço, 87 são comandados por jovens e 148, por mulheres

Foto: Adriane Bertoglio Rodrigues/Emater/RS-Ascar

Vinhos, sucos e espumantes, biscoitos artesanais, erva-mate nativa produzida em Barbaquá, e filés, postas e bolinhos de peixe congelados. Esses são alguns dos produtos comercializados no Pavilhão da Agricultura Familiar na Expointer, que acontece até domingo, 03/09, e que integra o Programa Estadual de Agricultura Familiar (Peaf), desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Rio Grande do Sul. Dos 372 empreendimentos, 73 estarão pela primeira vez no espaço, 87 são comandados por jovens e 148, por mulheres.

Yanka Maria de Souza Rosa é uma dessas jovens mulheres que participam da Expointer pela primeira vez. Natural de Mostardas, Yanka, 27 anos, há 11 se tornou pescadora e, ao lado do marido pescador Jusélito, criaram a Agroindústria MARtelinho Pescados, um empreendimento familiar, legalizado há um ano e que pretende seguir a história da família, repassando as conquistas para os filhos Myguel, seis anos, e Josué, cinco meses.

“A nossa expectativa é que seja uma Expointer boa para todos, e que seja uma porta aberta para o nosso empreendimento, para novos horizontes e novas conquistas. Que as pessoas conheçam e gostem do nosso produto, e claro um prazer enorme participar da feira deste ano”, diz a pescadora artesanal.

O jovem Mateus Dalla Corte também participa da Expointer pela primeira vez. Incentivado pelos pais, está à frente da Agroindústria Vinhos Dalla Corte, de Garibaldi, que há 55 anos começou com seu avô, Cezar Dalla Corte, vendendo para uma vinícola da região. Foi acompanhando os pais na produção de vinho que Mateus, hoje com 34 anos, “pegou gosto”. O jovem trabalha com os pais e a esposa, que ajuda nos finais de semana, “já que trabalha fora durante a semana”. Sobre a primeira participação na Expointer, o jovem Mateus diz que a expectativa é muito grande, “ainda mais agora, podendo fazer parte dessa feira que visitamos todos os anos para ver as novidades e prestigiar os agricultores familiares, que fazem um belo trabalho”.

ERVA-MATE NATIVA

Há um ano legalizada, a Agroindústria Barbaquá Machadinho, de Machadinho, produz a erva-mate Cambona 4, a partir do sistema Barbaquá. Primeira vez na Expointer, o casal proprietário Ana Lúcia e Alcir Fonseca diz estarem muito satisfeitos com as vendas. “A aceitação está superando nossas expectativas”, diz Alcir, que está ampliando contatos para expandir a comercialização dessa erva-mate nativa do Rio Grande do Sul, resgatada por pesquisa que, inclujisve, sua filha Débora, 31 anos, participa. Além de Débora, o filho Lucas, 26 anos, trabalha com os pais no Viveiro Fonseca, que produz 200 mil mudas de Cambona 4 por ano.

No Viveiro, localizado entre os municípios gaúchos de Machadinho e Barracão, são cultivadas matrizes da Cambona 4, que é a primeira progênie bi-clonal de erva-mate, cultivar registrada e com vasta pesquisa que comprova sua qualidade, alta produtividade e sabor suave.

Barbaquá é o local onde se realiza a secagem da erva-mate de forma artesanal. Essa desidratação é um dos métodos mais antigos de produção de erva-mate, utilizado há mais de 400 anos pelos povos indígenas. “No processo de secagem, no Barbaquá, as folhas e ramos de erva-mate são colocados para secar de forma lenta, em contato com a fumaça, proporcionando um sabor único, levemente defumado, que traz consigo nossa história e tradição na produção de erva-mate”, observa Ana Lúcia.

De um forno pequeno à participação em uma grande feira

“Há 13 anos, quando iniciamos o trabalho com a Agroindústria, tínhamos muitas dúvidas, um forno pequeno e pouca experiência com a produção de biscoitos artesanais. Com o tempo, ganhamos experiência, aprimoramos algumas receitas e criamos outras. Hoje, oferecemos 26 tipos de biscoitos doces e salgados, além de pães e pizzas”, conta, realizado, Renan Pavanato, um jovem empreendedor de 32 anos, que pelo segundo ano participa do Pavilhão da Agricultura Familiar da Expointer.

A primeira participação, no ano passado, foi marcada pelos desafios de assumir, com a esposa Deise, a Agroindústria Pavanato e, a um mês da feira, aprender a produzir e garantir a produção de biscoitos artesanais para serem vendidos na Expointer. “O resultado foi um sucesso”, resume Renan. “Foi uma das melhores experiências que tivemos profissionalmente. Além do sucesso nas vendas, a satisfação dos clientes ao experimentar nossos produtos nos deu muita alegria. Algo que nos marcou muito também foi o carinho e a atenção que tivemos por parte da Emater. Nos sentimos acolhidos e importantes”, avalia o jovem de Sobradinho.

Fonte: Emater/RS-Ascar

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